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Ativistas acusam Pequim

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 23/07/2019 04:22
Depredação em escritório de deputado partidário do regime comunista chinês: espiral de violência no território
Ativistas pela democracia em Hong Kong reagiram ontem com protestos aos violentos ataques sofridos na véspera por manifestantes, agredidos por grupos de mascarados, armados com porretes e barras de metal ; na maioria, homens que vestiam camisas brancas. Os incidentes ocorreram na estação de trens de Yuen Long, próxima ao limite com a China, que reassumiu em 1997 a soberania sobre a ex-colônia britânica, mantendo algum grau de autonomia econômica e político-administrativa. A polícia e outras autoridades chinesas foram criticadas pela demora em responder à emergência, o que permitiu que os agressores escapassem ; embora tivessem permanecido no local até a madrugada.

;Essas atitudes bárbaras e violentas ultrapassam completamente a linha vermelha da sociedade civilizada de Hong Kong;, protestou o deputado local Lam Cheuk-ting, opositor do regime comunista de Pequim, que foi ferido no rosto e nos braços. Ele apontou também a suspeita de que organizações criminosas chinesas tradicionais, as tríades, tenham começado a interferir na política da cidade. ;Nós temos tríades espancando moradores de Hong Kong e vocês fingem que nada está acontecendo?;, questionou o correligionário Alvin Yeung, dirigindo-se às autoridades. Um escritório do parlamentar pró-Pequim Junius Ho amanheceu ontem com vidros quebrados e pichações que denunciavam a violência contra os manifestantes.

Onda de protestos
Os incidentes de domingo ocorreram quando ativistas voltavam para casa depois de participar de atos pela democracia, parte de uma onda iniciada em 9 de junho, em repúdio a um projeto de lei que permitiria a extradição de cidadãos de Hong Kong para responder a crimes na China. A tramitação do texto foi suspensa pela governadora Carrie Lang. O chefe de polícia da cidade, Stephen Lo, defendeu-se das críticas, garantiu que os agressores estão sendo buscados e classificou como ;difamação; as acusações de cumplicidade da força pública com as gangues. Lo alegou que os policiais estavam mobilizados para lidar com as manifestantes radicais que atacavam a representação do governo de Pequim, na região central. ;Temos problemas de efetivo;, argumentou.

O regime comunista e a imprensa da China coninental criticaram duramente a agressão aos manifestantes na estação ferroviária, classificada como ;intolerável;, e cobraram das autoridades a punição dos autores. ;Essas ações prejudicam seriamente todo o povo chinês, incluindo os 7 milhões de compatriotas de Hong Kong;, afirmou à imprensa o chefe do escritório de representação de Pequim, Wang Zhimin. A chefe do governo local condenou a escalada de violência e declarou que ;a cidade inteira está escandalizada; com a radicalização política. ;Nós não aprovamos esse tipo de violência;, afirmou Carrie Lam.

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