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China acusa desestabilização

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 25/07/2019 04:05
Soldados chineses desfilam  em Zhurihe: mais de 2 milhões de militares
A China divulgou, ontem, um documento oficial no qual apresentou suas ambições de construir um Exército moderno e tecnologicamente avançado, enquanto acusou os Estados Unidos de desestabilização, num contexto de tensões crescentes entre Pequim e Washington em muitas frentes. A publicação do livro branco da Defesa oferece raro vislumbre das orientações do Exército Popular de Libertação (ELP) ; o maior do mundo, com 2 milhões de militares ; e dos alvos de Pequim. ;A rivalidade estratégica global está crescendo;, afirma o dossiê, o qual observou que os Estados Unidos ajustaram suas estratégias de segurança e defesa e adotaram ;ações unilaterais;.

De acordo com o documento, Washington ;provocou e intensificou a rivalidade entre os principais países, aumentou significativamente (seus) gastos com a defesa, exigiu capacidades adicionais nas áreas nuclear, espacial, de defesa cibernética e de mísseis, e minou a estabilidade estratégica global;. A publicação do documento ocorre em um momento de tensões nas relações entre Pequim e Washington. As duas nações estão envolvidas em uma guerra comercial desde 2018 e em desacordo sobre o Mar da China Meridional. A China alimenta as reivindicações de soberania instalando armamentos nas ilhotas que controla. Os Estados Unidos estimam que essas ações ameaçam a segurança na região.

O Exército Popular de Libertação deseja fortalecer seu arsenal tecnológico, mas ressalta que ;ainda está muito atrás dos principais Exércitos do mundo;. A guerra comercial com os Estados Unidos pressiona Pequim a redobrar seus esforços para desenvolver suas próprias inovações tecnológicas que possam beneficiar o ELP, estima Lyle Morris, analista da Rand Corporation nos Estados Unidos. ;O Exército chinês ainda está atrasado em relação aos Estados Unidos, mas avança rapidamente;, apontou.

Os conflitos evoluem para uma ;guerra inteligente;, revela o relatório oficial chinês, citando o uso crescente de inteligência artificial, dados ou informação na nuvem. A China possui o segundo maior orçamento militar do mundo (+7,5% em 2019), mesmo estando muito atrás dos gastos americanos. O país insiste na natureza pacífica de seu Exército, ;uma força inabalável para a paz no mundo;. O livro branco promete ;reprimir; o separatismo no Tibete (oeste) e em Xinjiang (noroeste) e mostra-se ainda mais firme sobre Taiwan, ilha considerada por Pequim uma de suas províncias. ;A China deve ser e será reunificada;, diz o documento.

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