postado em 25/07/2019 04:06
Uma reformulação em regra do gabinete a o compromisso reafirmado de efetivar em 31 de outubro a saída da União Europeia (UE) foram as marcas das primeiras horas de Boris Johnson como primeiro-ministro do Reino Unido. Depois de se reunir com a rainha Elizabeth II, no Palácio de Buckingham, e aceitar formalmente o cargo, o novo chefe de governo se dirigiu à residência oficial, no número 10 da Downing Street, e fez o primeiro pronunciamento ao país para anunciar os planos ; um elenco ambicioso de medidas, inclusive no âmbito doméstico, mas tendo como centro o Brexit, ;custe o que custar;.
;Vamos cumprir a promessa feita pelo parlamento à população e deixar a UE em 31 de outubro, incondicionalmente;, declarou Johnson no primeiro discurso como premiê. Ciente de que assume a chefia de um governo sem maioria própria do Partido Conservador, e a liderança de uma bancada dividida, o premiê recém-empossado moderou o tom ao abordar a possibilidade de que o desfecho do processo seja inamistoso ; o ;Brexit duro;. Disse ter ;toda a confiança; de que o ;divórcio; com o bloco será consumado nos 99 dias restantes, mas prometeu reforçar os preparativos para a ;possibilidade remota; de um rompimento sem acordo.
;Os que apostaram contra o Reino Unido vão perder, porque vamos restaurar a confiança na nosssa democracia;, desafiou, em recado velado aos opositores do Brexit, que classificou como ;incrédulos, pessimistas e desmancha-prazeres;. ;Chegou a hora de agir, tomar decisões e mudar esse país para melhor;, prometeu. No âmbito interno, o pronunciamento de 13 minutos destacou como prioridade a reforma do seguro social, com ênfase para a população idosa: ;Vamos consertar o sistema de uma vez por todas, para dar a todas as pessoas de idade avançada a dignidade e a segurança que merecem;.
Equipe
Uma foto divulgada pela assessoria do Palácio de Buckingham mostra Boris Johnson cumprimentando a rainha e inclinando a cabeça, em reverência protocolar. Pouco antes, Elizabeth II tinha recebido de Theresa May a renúncia formal. Com ela, deixam o gabinete conservador 17 ministros, entre eles todos os pesos pesados ; começando pelo chanceler Jeremy Hunt, derrotado por Johnson na última etapa da disputa pela sucessão de May, demissionária desde que viu o parlamento rejeitar pela terceira vez o acordo sobre o Brexit negociado com o comando da UE.
Hunt será substituído por Dominic Raab, que chegou a responder pela pasta extraordinária do Brexit no governo May e integra a nova geração dos conservadores eurocéticos. Pelo Twitter, o ex-chanceler explicou que ;teria ficado honrado; em continuar no posto, mas que compreendia ;a necessidade do novo premiê de formar a sua equipe;. Ele teria recusado a oferta de ficar à frente da Defesa, no lugar de Penny Mordaunt, uma partidária do ;Brexit duro;, cuja saída do gabinete foi uma das surpresas da tarde. Outro rival de Johnson nas fases iniciais da disputa interna, Sajid Javid, assumirá as Finanças no lugar de Philip Hammond, que tinha antecipado a renúncia por digvergir frontalmente das posições do novo premiê.
A imprensa britânica espera que o anúncio completo da equipe confirme a expectativa de um ministério com mais mulheres e representantes de minorias étnicas ; um gabinete que reflita ;o país de hoje;. ;Mas, embora eu esteja montando uma grande equipe de homens e mulheres, assumo pessoalmente a responsabilidade pelas mudanças que espero ver;, afirmou o premiê.
;Os que apostaram contra o Reino Unido vão perder, porque vamos restaurar a confiança na nosssa democracia;
Boris Johnson, premiê recém-empossado do Reino Unido