postado em 26/07/2019 04:06
As promessas feitas por alguns países no Acordo do Clima firmado em Paris podem não ser tão ambiciosas quanto parecem, segundo um novo estudo. O documento adota uma abordagem de baixo para cima para enfrentar a mudança climática, com os países enviando metas crescentes, na forma de contribuições determinadas nacionalmente (NDCs), para redução das emissões de gases do efeito estufa. No entanto, em um artigo publicado no Environmental Research Letters, pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, revelam uma falta de consistência e transparência entre os vários compromissos.
O autor principal, Lewis King, diz: ;O Acordo Climático de Paris foi um passo na direção certa para a política climática internacional. Mas, na sua forma atual, é, na melhor das hipóteses, inadequado. E, na pior das hipóteses, ineficaz. Nosso estudo destaca questões significativas em torno da transparência e da consistência nas promessas do acordo, o que pode ser um fator contribuinte para a falta de ambição nas metas de alguns países.;
Categorias
De acordo com o professor Jeroen van den Bergh, coautor do estudo, a soma das promessas nacionais para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, na forma de NDCs, está aquém da meta de um aumento na temperatura de até 2;C até o fim do século, tendo como base a era pré-industrial. Para esclarecer as razões por trás disso, os pesquisadores analisaram os diferentes compromissos em nível de país, categorizando-os e normalizando-os para torná-los comparáveis. As quatro categorias foram: reduções absolutas de emissões, redução percentual das emissões em relação ao cenário de crescimento econômico, redução na intensidade de emissão por PIB em relação a um ano-base histórico, e falta de metas explícitas de redução de emissões.
;Descobrimos que as promessas autênticas de redução absoluta tinham a maior ambição em termos de redução de emissões tangíveis. Em contrapartida, as promessas nas outras três categorias tendem a produzir baixas ambições com aumentos significativos de emissões de 29% a 53% em nível global;, diz King. Segundo ele, a América do Norte e a União Europeia são as únicas regiões que buscavam reduções absolutas nas emissões.
O Acordo Climático de Paris foi um passo na direção certa para a política climática internacional. Mas, na sua forma atual, é,
na melhor das hipóteses, inadequado. E, na pior das hipóteses, ineficaz;
Lewis King, autor principal do artigo publicado no Environmental Research Letters