postado em 27/07/2019 04:06
Por cinco votos contra quatro, a Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou ontem o presidente Donald Trump a destinar verbas do orçamento federal de Defesa para a construção do muro, prometido na campanha eleitoral, para selar a frontera terrestre com o México e barrar a imigração ilegal. A decisão foi anunciada horas depois da assinatura, na Casa Branca, de um acordo pelo qual a Guatemala aceitou o status de país intermediário onde migrantes de terceiros países que tenham os EUA como meta deem entrada no pedido de asilo ; um status que o governo americano chama de ;terceiro país seguro; para a imigração.
Amparado pela Suprema Corte, Trump poderá continuar destinando uma verba de US$ 2,5 bilhões, originalmente repassada ao Pentágono, para as obras do muro em um setor da fronteira mexicana. A iniciativa tinha sido tomada com base em um decreto de emergência nacional baixado pelo presidente, mas questionado na Justiça. Um tribunal de instância inferior tinha determinado a paralisação do processo, mas o governo federal poderá agora continuar com a medida enquanto a questão segue em litígio nos canais regulares da Justiça.
Horas antes, a Guatemala tornou-se o primeiro país reconhecido pelos EUA como ;terceiro país seguro; para a imigração. O acordo foi firmado no Salão Oval da Casa Branca, na presença do presidente Donald Trump, pelo ministro guatemalteco do Interior, Enrique Degenhart, e pelo secretário interino de Segurança Interna dos EUA, Kevin MacAleenan. ;Isso vai dar segurança aos solicitantes de asilo legítimos e impedirá fraudes e abusos no sistema de imigração;, afirmou Trump aos jornalistas.
O presidente americano vinha ameaçando a Guatemala com a imposição de tarifas sobre produtos destinados à exportação para os EUA, e também com a taxação de remessas de dinheiro para o país originadas nos EUA ; um mecanismo para limitar a capacidade dos imigrantes guatemaltecos de sustentar familiares no país natal.
A assinatura do acordo não encerra, porém, os impasses entre os dois países. A Guatemala terá em 11 de agosto o segundo turno da eleição que definirá o sucessor do presidente Jimmy Morales. Os dois candidatos na disputa se manifestaram contra o teor do documento acertado com Washington pelo atual governo.
;Devo me pronunciar contra o documento, firmado sem a devida divulgação do conteúdo à população de #Guatemala;, tuitou o conservador Alejandro Giammattei, que qualificou a decisão como uma ;irresponsabilidade por parte do presidente Jimmy Morales;. No mesmo tom, a social-democrata Sandra Torres condenou a iniciativa do governante em fim de mandato. ;Estamos perdendo o país nas mãos de um presidente irresponsável;, disparou. ;Ele segue mentindo: enganou o presidente (da Argentina) Mauricio Macri e agora enganou também Trump.;
US$ 2,5 Bilhões
Montante disponível para as obras na divisa, segundo a decisão judicial