postado em 28/07/2019 04:05
A polícia de Hong Kong, cidade que tem status de autonomia administrativa limitada em relação ao regime comunista de Pequim, voltou ontem a reprimir manifestações pela democracia no distrito de Yuen Long, na fronteira com a China ; a mesma região onde, no último domingo, ativistas foram agredidos por supostos integrantes das gangues conhecidas como tríades. A força de choque usou bombas de gás lacrimogêneo, durante a tarde e a noite, contra uma multidão que protestava contra o governo local, depois que grupos isolados lançaram objetos e picharam uma viatura.
Embora proibida pelo governo local, a marcha começou pacificamente, mas manifestantes radicais, muitos deles com capacetes e escudos, passaram a confrontar as forças de segurança. A polícia deteve 12 pessoas acusadas de cometer atos violentos, nove das quais seriam ligadas a gangues. No início da noite, a tropa disparou balas de borracha para dispersar cerca de 200 ativistas que continuavam na área da estação ferroviária onde se registraram os ataques das tríades, uma semana atrás. Autoridades de saúde informaram que nove pessoas ficaram feridas, cinco em estado grave.
Hong Kong vive a crise política mais grave desde que foi reincorporada à soberania chinesa, em 1999, depois de século e meio como colônia britânica. A cidade preservou a economia capitalista e uma administração autônoma, mas controlada politicamente por Pequim. No mês passado, milhões de manifestantes foram às ruas e conseguiram a retirada de um projeto de lei que permitiria a extradição de presos para a China continental, medida que, segundo os ativistas pró-democracia, poderia servir à perseguição política.