postado em 29/07/2019 04:05
Pesquisadores da Universidade de Swansea, no país de Gales, descobriram como plásticos comumente encontrados em embalagens de alimentos podem ser reaproveitados por meio da reciclagem química. O processo, diferente da reciclagem convencional, ajuda a dar origem a nanotubos de carbono, material com alta aplicabilidade tecnológica.
;Os nanotubos podem ser usados para fazer uma enorme variedade de coisas, como filmes condutivos para telas sensíveis ao toque, tecidos eletrônicos flexíveis que criam energia, antenas para redes 5G;, enumera Alvin Orbaek White, membro do Instituto de Pesquisa de Segurança Energética da Universidade de Swansea e um dos autores do estudo, publicado no Journal for Carbon Research.
Todos os plásticos são feitos de carbono, hidrogênio e, às vezes, de oxigênio. As quantidades e os arranjos desses três elementos tornam cada material único. Como se trata de uma composição altamente refinada, ela pode ser decomposta nesses elementos, que, depois, podem ser ligados de diferentes formas para produzir materiais de alto valor no mercado.
Durante o estudo, a equipe testou principalmente plásticos pretos, que são comumente usados como embalagens para refeições prontas, frutas e legumes em supermercados, mas não são reciclados facilmente. Eles removeram o carbono do plástico para construir moléculas de nanotubos. Depois, utilizaram a nova estrutura para transmitir eletricidade a uma lâmpada.
Superaquecimento
Os resultados dos testes foram animadores. Agora, os cientistas planejam fazer cabos elétricos de carbono de alta pureza usando resíduos de materiais plásticos. Além disso, pretendem melhorar o desempenho elétrico do material de nanotubos e aumentar a produção para que estejam prontos para implantação em larga escala em, no máximo, três anos.
;A pesquisa é significativa porque mostra como os nanotubos de carbono
podem ser usados para resolver o problema de superaquecimento e falha de cabos de eletricidade, que é responsável por cerca de 8% da eletricidade perdida em transmissão e distribuição globalmente;, frisa Alvin Orbaek White.
O cientista frisa que cabos de longo alcance feitos de metais não podem operar a plena capacidade porque podem superaquecer e derreter. ;Isso representa um problema real para um futuro de energia renovável usando vento ou energia solar, porque os melhores locais estão longe de onde as pessoas vivem;, diz.