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Ministra que assumiria governo de Porto Rico declina o posto

"Reitero, não tenho interesse em ocupar o cargo de governadora", escreveu Vázquez no Twitter

Agência France-Presse
postado em 29/07/2019 09:37
A secretária de Justiça de Porto Rico, Wanda Vázquez, que deveria substituir temporariamente o governador Ricardo Rosselló, forçado a renunciar por um maciço movimento de protesto, disse neste domingo (28) que não tinha interesse em assumir o cargo.

"Reitero, não tenho interesse em ocupar o cargo de governadora", escreveu Vázquez no Twitter.

"Espero que o senhor governador identifique e submeta um candidato ao posto de Secretário/a de Estado antes de 2 de agosto e assim o manifestei", acrescentou, prolongando uma crise política que dura várias semanas na ilha caribenha.

Os protestos começaram em meados de julho, após a difusão de um chat no aplicativo Telegram entre o governador e onze funcionários locais, anteriores e atuais.

Os homens fizeram brincadeiras misóginas e comentários homofóbicos, inclusive sobre o cantor Ricky Martin. Em uma das mensagens, um colega de Rosselló brinca sobre as vítimas do furacão Maria, que matou quase 3 mil pessoas em setembro de 2017.

Diante das manifestações multitudinárias, encabeçadas por artistas famosos, Rosselló anunciou nesta quarta-feira sua renúncia, efetiva a partir de 2 de agosto.

Ele disse que seria substituído temporariamente por Vázquez, segundo nome do governo.

Mas o anúncio não acalmou a revolta dos manifestantes, que também pediram sua saída nas redes sociais com a hashtag #WandaRenuncia.

O rapper Residente, que participou em vários protestos, convocou neste domingo pelo Twitter uma manifestação na segunda-feira no Ministério da Justiça em San Juan.

Ex-colônia espanhola, transformada em território americano sob o status especial de "Estado Livre Associado", Porto Rico luta por se recuperar do furacão Maria e 44% da população vive abaixo da linha da pobreza.

A ilha também é sacudida por um escândalo de corrupção depois que seis funcionários locais foram acusados de desviar 15 milhões de dólares de recursos federais destinados à reconstrução.

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