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Irã faz oferta para negociar acordo nuclear e EUA rejeita

O país queria inspeções mais rigorosas no programa nuclear, em troca do levantamento das sanções

Agência France-Presse
postado em 29/07/2019 13:38
Abbas Moussavi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, anunciou o fracasso do acordo nesta segunda-feira (29/7) O Irã afirmou nesta segunda-feira (29/7) que os Estados Unidos rejeitaram recentemente uma proposta de negociação que envolveria inspeções mais rigorosas em seu programa nuclear, em troca do levantamento das sanções.

[SAIBAMAIS] "Se Washington realmente quiser um acordo, o Irã pode transformar o protocolo adicional em lei (em 2019) e os Estados Unidos podem, ao mesmo tempo, levantar todas as sanções ilegais", disse nesta segunda-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Abbas Moussavi.

"Mas como já intuíamos, a proposta foi rejeitada", acrescentou.

"Nós já sabíamos que eles não são a favor de negociações ou de um acordo que dê resultados satisfatórios", disse ainda, em entrevista coletiva.

De acordo com o porta-voz, a proposta foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, durante uma recente visita a Nova York, para afastar a ideia de que "o Irã é contrário ao diálogo".

O Irã participou no domingo (28/7) de uma reunião em Viena com os Estados que ainda fazem parte do acordo de monitoramento de seu programa nuclear assinado em 2015: França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China.

Os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o pacto e reimplementaram as sanções, que prejudicaram o Irã econômica e socialmente.

As tensões se intensificaram nas últimas semanas, com ataques contra petroleiros no Golfo, imputados por Washington a Teerã, e a apreensão de embarcações de transporte de petróleo pelo regime iraniano e pelo governo britânico, respectivamente.

O Irã concordou no acordo de 2015 em assinar um protocolo adicional ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, para que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pudessem controlar todas suas atividades nucleares.

A conversão desse protocolo em lei, de acordo com Teerã, aumentaria as condições de controle.

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