Agência France-Presse
postado em 30/07/2019 20:40
Uma esposa do emir de Dubai, a princesa da casa real jordaniana Haya, de 45 anos, pediu à Justiça britânica proteção legal por casamento forçado, durante uma audiência sobre a custódia dos filhos do casal - informou a agência de notícias PA nesta terça-feira (30).
Haya, filha do falecido rei Hussein da Jordânia, é uma das esposas do emir Mohamed bin Rashed al Maktum, de 70 anos.
Seus advogados pediram ao tribunal de Londres uma ordem de restrição contra o emir, bem como a guarda dos filhos do casal.
O juiz do caso, Andrew McFarlane, presidente da divisão de assuntos familiares do Supremo Tribunal de Londres, autorizou a imprensa a revelar os pedidos da princesa.
A lei britânica protege contra casamentos forçados que envolvem o uso de "força física, bem como pressões emocionais, ameaças, ou abuso psicológico".
"O juiz (Andrew McFarlane) autorizou a imprensa a informar que a princesa reclamou a tutela de seus filhos, assim como uma medida de proteção contra atos de violência e uma medida de proteção contra um casamento forçado em relação com os filhos", noticiou a agência britânica Press Association.
O emir, que também ocupa o cargo de primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, pediu, por sua vez, que as crianças retornassem imediatamente a Dubai.
Casada desde 2004, a princesa Haya é a sexta esposa do soberano dos Emirados.
A princesa e o emir publicaram um comunicado, confirmando que participam de um procedimento que envolve seus filhos, após uma audiência privada realizada em julho.
"Estes procedimentos dizem respeito ao bem-estar dos dois filhos do casamento, e não um assunto de divórcio ou finanças", afirmam na nota.
A princesa Haya chegou ao tribunal acompanhada de sua advogada Fiona Shackleton, que representou o príncipe Charles, herdeiro da coroa britânica, durante seu divórcio com a princesa Diana.
Mohammed bin Rached al-Maktum é representado por Helen Ward, que se encarregou do caso do diretor de cinema Guy Ritchie durante o processo de divórcio com a cantora americana Madonna.
Cerca de dez pessoas se manifestaram na frente do tribunal contra o soberano, com cartazes com frases como "Patrocinador da prostituição e da escravidão".