Agência France-Presse
postado em 01/08/2019 14:42
Jared Kushner, assessor e genro do presidente americano, Donald Trump, reuniu-se nesta quinta-feira (1/7) com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, no Cairo, para tratar de um plano de paz para o conflito entre palestinos e israelenses.[SAIBAMAIS] Ambas as partes falaram sobre "as formas de consolidar a paz e a estabilidade na região, levando-se em conta a instabilidade ali", indicou a presidência egípcia em um comunicado.
"Kushner informou sobre os contatos que a delegação americana fez com várias partes para voltar a pôr em andamento as negociações entre palestinos e israelenses", completou.
O enviado dos Estados Unidos está fazendo uma viagem pela região. Já passou por Jordânia e Israel, onde também tratou do polêmico plano de paz, rejeitado pelos palestinos.
Kushner viajou para o Cairo com o enviado de Trump para o Oriente Médio, Jason Greenblatt, um dia depois de ter-se reunido - em separado - com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e com o rei Abdullah II, da Jordânia.
A vertente econômica da iniciativa de Kushner foi apresentada em uma reunião no Barein em junho passado e envolveria 50 bilhões de dólares em investimentos na economia palestina.
A "oportunidade do século", como Kushner a classificou, não conseguiu, contudo, atender às demandas dos palestinos, que reivindicam o estabelecimento de um Estado palestino.
O gabinete de Al-Sissi afirmou o compromisso do Egito "com uma solução de dois Estados e com a construção de um Estado palestino que tenha sua capital em Jerusalém Oriental".
Egito e Jordânia são os dois únicos países árabes que têm relações diplomáticas com Israel. Ambos enviaram representantes para o Barein em junho para esta reunião.
Na segunda-feira, Al-Sissi e o rei da Jordânia se reuniram no Cairo. Os dois ressaltaram que qualquer plano de paz deve se basear na solução de dois Estados.
As autoridades palestinas descartaram o plano de Kushner, por considerarem que o governo Trump quer beneficiar Israel. Ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o presidente americano rompeu décadas de consenso internacional. Também reduziu em milhões de dólares as ajudas aos palestinos e fechou sua embaixada "de facto" em Washington.