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Explosões em Bangcoc deixam 4 feridos em plena reunião da ASEAN

De acordo com o primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-O-Cha, nove explosões ou tentativas de explosões ocorreram na capital

Agência France-Presse
postado em 02/08/2019 14:09
Policiais investigam um dos locais que ocorreram as explosões Várias explosões sacudiram Bangcoc nesta sexta-feira (2/8) e deixaram quatro feridos, no momento em que a capital tailandesa recebe uma reunião regional que tem a presença do secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

[SAIBAMAIS] Poucas horas antes das explosões, dois tailandeses procedentes do extremo sul do país, cenário de uma rebelião separatista, foram detidos após a descoberta na quinta-feira (1/8) de um artefato explosivo que não funcionou. Este incidente estaria vinculado aos ataques desta sexta-feira, segundo a polícia.

O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-O-Cha, anunciou "nove explosões, ou tentativas de explosões" na capital, Bangcoc.

Quatro pessoas ficaram levemente feridas nos ataques, nos quais foram usadas bombas artesanais.

Os motivos do ataque não foram determinados, e as autoridades evitam qualquer tipo de especulação.

Desde 2004, a Tailândia, de maioria budista, enfrenta uma insurreição separatista em várias províncias de maioria muçulmana na fronteira com a Malásia. O conflito deixou quase 7.000 mortos, a maioria civis.

Os atentados dos rebeldes separatistas se tornaram menos frequentes desde o golpe de Estado de 2014.

Prayut Chan-O-Cha atribuiu as explosões desta sexta-feira a "pessoas mal-intencionadas que incitam violência para destruir a paz e a imagem do reino".

"Devemos demonstrar nosso esforço coletivo para lutar contra aqueles que têm a intenção de prejudicar o país", afirmou Prayut Chan-O-Cha nas redes sociais, antes de pedir à população que "não entre em pânico" e "coopere" com as autoridades.

Duas explosões aconteceram no centro da capital, perto da torre Mahanakorn, que pertence ao grupo King Power, proprietário do clube de futebol britânico Leicester City.

Outras quatro explosões aconteceram na cidade, três delas em uma área próxima a um complexo governamental, segundo as autoridades.

"Ainda não sabemos quantas pessoas estão envolvidas", afirmou o vice-primeiro-ministro Prawit Wongsuwon, antes de acrescentar que os ataques "tinham provavelmente como objetivo semear a confusão".

Os atentados aconteceram no momento em que Bangcoc recebe a reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com as presenças dos chefes da diplomacia de Estados Unidos, Rússia e China.

As explosões ocorreram antes de um discurso do secretário americano Mike Pompeo, presente em Bangcoc para tentar contra-atacar a influência chinesa na região.

O contexto político é tenso na Tailândia, após as polêmicas eleições de março que levaram o ex-chefe da junta militar Prayut Chan-O-Cha ao comando do governo civil.

A vitória nas urnas era praticamente certa em função da nova Constituição adotada em 2017 e que concede ao Exército a nomeação de 250 senadores.

A oposição denunciou várias fraudes nas eleições.

Em 2009, a reunião de governantes da ASEAN na Tailândia foi cancelada, depois que manifestantes do movimento "camisas vermelhas" invadiram o hotel em que acontecia o evento, na estação balneária de Pattaya.

Alguns governantes foram retirados do local em helicópteros do Exército tailandês, enquanto outros partiram de barco.

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