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EUA e talibãs entram no 3º dia de negociações de paz

Até o momento, os americanos reduziram o uso das tropas militares no Afeganistão em troca do rompimento do país com a Al-Qaeda

Agência France-Presse
postado em 05/08/2019 12:05
Zalmay Khalilzad, diplomata e um dos principais representantes americanos nas negociações As negociações entre representantes dos Estados Unidos e dos talibãs entraram no terceiro dia, nesta segunda-feira (5/8), sem qualquer indício sobre a possibilidade de se chegar rapidamente a um acordo de paz.

[SAIBAMAIS] No sábado (3/8), as duas partes retomaram as conversas para a oitava rodada de negociações: os Estados Unidos reduziriam sua presença militar no Afeganistão em troca de um compromisso dos insurgentes afegãos de romperem relações com a Al-Qaeda.

Uma fonte da delegação americana, liderada pelo enviado para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, confirmou a continuidade das negociações na capital do Catar, Doha.

Washington espera concluir um acordo até as eleições presidenciais afegãs, programadas para 28 de setembro.

Na sexta-feira (2/8), o presidente americano, Donald Trump, afirmou que "muitos avanços" foram registrados nas negociações com os insurgentes.

Diversas questões cruciais precisam ser solucionadas.

Washington alega que qualquer redução de tropas será "baseada em condições", enquanto os talibãs insistem em uma retirada completa das forças estrangeiras antes de considerarem o respeito a seus compromissos.

Os talibãs também precisam chegar a um acordo com o governo do presidente afegão, Ashraf Ghani, que consideram ilegítimo.

Um acordo entre Washington e os talibãs abriria o caminho para um diálogo "interafegão" entre os insurgentes e uma delegação governamental.

Até o momento, os talibãs se negaram a discutir com o governo, com exceção de uma recente reunião em Doha, da qual participaram representantes governamentais "a título pessoal".

Com a ajuda de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o governo dos Estados Unidos iniciou uma operação militar no Afeganistão em 7 de outubro de 2001, menos de um mês depois de sofrer os atentados de 11 de Setembro. O objetivo era atacar a Al-Qaeda e seu líder Osama bin Laden, que recebiam abrigo dos talibãs.

Expulsos do poder por esta intervenção, os talibãs lideram desde então uma violenta insurreição no país.

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