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Atentado deixa 20 mortos na capital

Correio Braziliense
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postado em 06/08/2019 04:05
Carro carbonizado diante do Instituto do Câncer: Irmandade acusada
As autoridades de inteligência e segurança do Egito buscam desde ontem os autores de um atentado que deixou 20 mortos diante de um hospital, no Cairo. O presidente, marechal Abdel Fatah al-Sisi, apontou a Irmandade Muçulmana como responsável pelo ;ato terrorista; e manifestou pelas redes sociais as condolências ;ao povo egípcio e às famílias dos mártires; do que classificou como ;uma ação covarde;.

O incidente, inicialmente confundido com um acidente de trânsito, resultou da colisão de um carro que trafegava em alta velocidade e colidiu com mais três, no início da manhã, causando uma enorme explosão. O Ministério do Interior, com base no que apresentou como ;os primeiros elementos da investigação;, responsabilizou pelo atentado o grupo Hasm, suposta célula terrorista ligada à Irmandade Muçulmana.

;Uma quantidade de explosivos se encontrava no interior do carro, o que causou a explosão na batida;, diz o comunicado do ministério. ;Os investigadores determinaram que o grupo Hasm esteve por trás da preparação do veículo.; Desde 2016, a célula reivindicou a autoria de atentados contra policiais, oficiais militares e juízes, principalmente na capital.

A colisão, que ocorreu perto do Instituto do Câncer do Cairo, deixou 47 feridos, dos quais três ou quatro se encontram em estado crítico na noite de ontem, de acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde, Khaled Megahed. ;Sofreram queimaduras de diferentes graus;, acrescentou o funcionário.

Testemunhas do atentado descreveram, na tevê e nas redes sociais, cenas de horror diante do hospital. ;Vi o corpo de um homem sem a cabeça e pessoas cobertas de sangue. Estavam irreconhecíveis;, relatou Mohamed Fathy, que estava no local no momento da explosão. ;Moham Zaki, que também assistiu à colisão, disse ter visto ;uma chuva de pedras e fogo;. ;Corri para proteger minha filha. Vi que tinha sido atingida por algo na cabeça;, contou.

A Irmandade Muçulmana, matriz ideológica de vários movimentos extremistas islâmicos, viveu na clandestinidade no Egito durante as três décadas de ditadura de Hosni Mubarak, derrubado por um levante popular na Primavera Árabe de 2011. No breve período de legalidade que se seguiu, a organização venceu a primeira eleição presidencial democrática na história milenar do país, mas Mohammed Morsy foi deposto pelos militares. Preso e condenado por ;traição;, foi executado em junho passado.

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