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Reino Unido tenta acelerar acordo comercial pós-Brexit com EUA

Trump garantiu que o comércio entre os dois países pode crescer com a provável saída d o Reino Unido da União Europeia

Agência France-Presse
postado em 07/08/2019 14:40
Trump garantiu que o comércio entre os dois países pode crescer com a provável saída d o Reino Unido da União Europeia O Reino Unido tenta acelerar nesta quarta-feira (7/8) as negociações para alcançar um acordo comercial crucial com os Estados Unidos para quando o Brexit for concretizado.

[SAIBAMAIS] Para cumprir esta tarefa, o novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enviou para Washington seu principal diplomata e a ministra de Comércio Exterior.

Com Johnson decidido a garantir que o Reino Unido deixe a União Europeia (UE) em 31 de outubro, com acordo, ou sem, alcançar um tratado comercial com o governo de Donald Trump ganhou importância para Londres.

O presidente americano, que apoia Johnson, garantiu que o comércio entre os dois países poderia crescer quando o Reino Unido abandonar a UE e falou com o primeiro-ministro britânico sobre um acordo, poucos dias após sua posse, no mês passado.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, disse estar "encantado" de se reunir com Trump e com o vice-presidente, Mike Pence.

"Apreciamos a receptividade e o entusiasmo do presidente com a relação Reino Unido-EUA. O Reino Unido espera trabalhar com nossos amigos americanos para alcançar um acordo de livre-comércio que seja bom para ambos os países e cooperar nos desafios de segurança comuns que enfrentamos", disse Raab em um comunicado.

Raab deve se encontrar com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e com o conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton.

Enquanto isso, a ministra de Comércio Internacional do Reino Unido, Liz Truss, organizou reuniões com funcionários de alto escalão do Departamento de Comércio dos EUA.

"Negociar e assinar um novo e emocionante acordo de livre-comércio com os Estados Unidos é uma das minhas principais prioridades", disse Truss.

"Após ter assentado as bases, estamos acelerando este acordo para que as empresas possam aproveitar a oportunidade de ouro de aumentar o comércio com os Estados Unidos o quanto antes", acrescentou.

"Os Estados Unidos são nosso maior parceiro comercial, e temos mais de 1 trilhão de dólares investidos entre nossas economias. Queremos que as negociações formais avancem rapidamente", completou a ministra.

Truss tinha agendado um encontro, na terça, com o representante comercial americano (USTR), Robert Lighthizer, e outro com o secretário do Comércio, Wilbur Ross, segundo autoridades dos EUA.

Após seu primeiro telefonema para Johnson, Trump disse à imprensa que um acordo bilateral com a Grã-Bretanha após o Brexit pode levar a um intercâmbio comercial "de três a quatro, ou cinco, vezes" maior do que o atual.

"Já estamos trabalhando em um acordo comercial", disse Trump. "Acho que será um acordo comercial muito substancial", reforçou.

";Desesperado" por um acordo

Mais propenso a se aproximar de Trump do que sua antecessora, Theresa May, Johnson espera poder fechar um acordo rápido que transmita uma mensagem sobre a capacidade da Grã-Bretanha de se virar fora da UE.

O entusiasmo mostrado por Trump por um acordo contrasta com a atitude do presidente anterior, Barack Obama, que disse que o Reino Unido estaria "no fim da fila" para qualquer tipo de acordo comercial, se deixasse a UE.

Há alertas, porém, de que a vontade de Johnson de deixar a UE sem um acordo com os parceiros britânicos de longa data beneficiará um Trump que se gaba de ser um grande negociador.

Os bons laços de Trump com líderes nacionais como o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, não o impediram de apertá-los em suas negociações.

"O Reino Unido não tem influência. A Grã-Bretanha está desesperada (...), não tem mais nada. Precisa de um acordo muito em breve", avaliou Larry Summers, secretário do Tesouro no governo Bill Clinton.

No ano passado, os EUA tiveram superávit comercial de 20 bilhões de dólares com o Reino Unido.

Os dois países trocaram 262 bilhões de dólares em bens e serviços, segundo o gabinete do USTR, o que significa que o Reino Unido foi o quinto maior mercado de exportação dos Estados Unidos.

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