postado em 10/08/2019 04:05
Quando entrou no hipermercado Walmart de El Paso, no Texas, no sábado passado, Patrick Crusius tinha uma meta definida: matar mexicanos. Foi o que o norte-americano, de 21 anos, relatou à polícia logo após ser detido, sob a acusação de assassinar 22 pessoas. ;O acusado declarou que uma vez dentro da loja, abriu fogo usando seu AK-47, atirando em múltiplas vítimas inocentes. O acusado declarou que seu objetivo eram os mexicanos;, indicou o documento que fez a acusação do suspeito, cujo teor foi divulgado ontem.
A possibilidade de o massacre de El Paso ter sido motivado pelo ódio aos imigrantes veio à tona logo no início das investigações. O próprio Patrick Crusius, um jovem branco e desempregado de 21 anos que morava no subúrbio de Dallas, deixou evidente o que lhe instigou a dirigir por nove horas até a cidade texana.
Vinte minutos antes da ação, ele publicou um manifesto supremacista na internet, intitulado Uma verdade inconveniente. Nele, antecipava que o ataque era uma ;resposta à invasão hispânica do Texas;. Das 22 vítimas, oito eram mexicanas. De acordo com o mais recente censo realizado em El Paso, 80% da população têm origem hispânica. O supermercado onde ocorreu a tragédia é o mais próximo da fronteira e era frequentado por mexicanos.
Defesa
Na Casa Branca, o presidente Donald Trump defendeu, em declarações a jornalistas, as operações maciças que levaram à detenção de 680 pessoas sem documentos em sete fábricas de processamento de frango do sudeste dos Estados Unidos. Trump destacou que essas medidas funcionam como um desestímulo à imigração ilegal.
;Quero que as pessoas saibam que, se vierem aos Estados Unidos ilegalmente, vão embora. E isso serve como um dissuasivo;, disse Trump, acrescentando: ;Quando as pessoas virem o que houve (na quarta-feira), vão saber que não vão ficar aqui;.
As operações em seis cidades do Mississippi foram duramente criticadas depois da divulgação de imagens de meninos e meninas que ficaram sozinhas ao sair da escola, chorando e sem ter para onde ir, nem o que comer. O procurador-geral do Mississippi, Mike Hurst, que comandou as ações, também se defendeu, assegurando que houve preocupação com as crianças.