Agência France-Presse
postado em 10/08/2019 13:54
A polícia de Hong Kong lançou neste sábado (10) gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes pró-democracia cujas passeatas não haviam sido autorizadas, enquanto, no aeroporto internacional, prosseguia a manifestação com a qual se pretende chamar a atenção dos visitantes para o movimento.
Centenas de manifestantes se concentraram à tarde no bairro de Tai Po, fronteira com a China, para uma manifestação não autorizada. Vestidos de preto e com o rosto protegido por máscaras, muitos pediam que se salvasse Hong Kong da tirania, diante de uma delegacia protegida por agentes com equipamento antichoque.
Um cartaz azul exibido por um policial dizia: "Esta concentração ou passeata é contra a lei. Dispersem-se, ou poderemos ser obrigados a usar a força." Para evitar um confronto, os manifestantes se dirigiram a diferentes bairros do território.
"Hoje não se trata de se colocar diante da polícia ou lançar pedras, e sim de cobrir vários locais e deixar que a polícia se desloque", explicava um manifestante de 17 anos. "Não iremos enfrentá-los, e sim impor situações mais difíceis."
A estratégia, no entanto, não impediu que a polícia antichoque chegasse rapidamente aos diferentes locais de concentração, onde, no fim da tarde, começou a lançar gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
;Se houver um retrocesso político;
"Carrie Lam (chefe do Executivo) iniciou as manifestações", disse uma mulher. "Cada vez que ela fala, é para condenar os protestos, mas não propõe nenhuma solução."
"Se houver um retrocesso no sistema político de Hong Kong e o mesmo se converter no mesmo que rege o continente, mesmo sem manifestações ou caos, as pessoas tampouco se sentirão motivadas a investir ou fazer negócios", considerou Chan, um estudante.
Horas antes, com crianças de todas as idades levando balões, centenas de famílias saíram às ruas na manhã deste sábado, em um ambiente tranquilo, que contrastava com a violência que marcou as manifestações mais recentes, para mostrar apoio aos manifestantes pró-democracia.
Também durante a manhã, um grupo de pessoas mais velhas organizou outra manifestação, batizada de Cabelos Prateados, para entregar petições ao quartel-general da polícia e ao gabinete da chefe do Executivo, Carrie Lam, a fim de mostrar seu apoio ao movimento.
A concentração de famílias havia sido autorizada, ao contrário de outras previstas para este fim de semana. Os manifestantes pretendem intensificar a mobilização com ações como uma manifestação em que passarão três dias sentados no aeroporto internacional, que começou ontem e reuniu milhares de pessoas. O objetivo é chamar a atenção dos estrangeiros que desembarcam em Hong Kong para a causa.
; Sem concessões ;
Nesta sexta-feira, completaram-se dois meses do início das mobilizações, deflagradas por um grande protesto contra um projeto de lei de extradição. A pauta do movimento acabou se ampliando e passou a incluir demandas por mais justiça e democracia.
Hong Kong vive sua maior crise política desde que foi devolvido por Londres à China, em 1997. As manifestações, quase diárias, causam cada vez mais confrontos entre grupos radicais e a polícia.
O polêmico projeto de lei foi suspenso, mas os manifestantes continuam reivindicam a sua retirada definitiva. Também pedem a renúncia de Lam e a designação de um sucessor por meio do voto universal, em vez de nomeações feitas por Pequim.
Além disso, exigem uma investigação sobre a violência policial e sobre abusos da Justiça, diante das centenas de detenções das últimas semanas.
A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, advertiu que as manifestações pró-democracia dos últimos dois meses estão provocando uma tormenta econômica na cidade, mas descartou concessões aos ativistas. "No que se refere a uma solução política, não acho que tenhamos que fazer concessões para silenciar os manifestantes violentos", declarou durante uma entrevista coletiva convocada após se reunir com líderes empresariais.
"O que é bom para Hong Kong é encerrar a violência, para que possamos avançar", assinalou Carrie, que recebeu apoio total do governo chinês desde o começo da crise. Já Pequim endureceu o tom esta semana, intensificando as ameaças aos manifestantes.
Hong Kong vive sua maior crise política desde que foi devolvido por Londres à China, em 1997. As manifestações, quase diárias, causam cada vez mais confrontos entre grupos radicais e a polícia.
O polêmico projeto de lei foi suspenso, mas os manifestantes continuam reivindicam a sua retirada definitiva. Também pedem a renúncia de Lam e a designação de um sucessor por meio do voto universal, em vez de nomeações feitas por Pequim.
Além disso, exigem uma investigação sobre a violência policial e sobre abusos da Justiça, diante das centenas de detenções das últimas semanas.
A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, advertiu que as manifestações pró-democracia dos últimos dois meses estão provocando uma tormenta econômica na cidade, mas descartou concessões aos ativistas. "No que se refere a uma solução política, não acho que tenhamos que fazer concessões para silenciar os manifestantes violentos", declarou durante uma entrevista coletiva convocada após se reunir com líderes empresariais.
"O que é bom para Hong Kong é encerrar a violência, para que possamos avançar", assinalou Carrie, que recebeu apoio total do governo chinês desde o começo da crise. Já Pequim endureceu o tom esta semana, intensificando as ameaças aos manifestantes.