Mundo

Bilionário achado morto em cela

Jeffrey Epstein esperava julgamento para acusações de abuso e tráfico sexual de menores em uma prisão de segurança máxima. Segundo o Departamento de Justiça americano, ele cometeu suicídio. Pena prevista era de 45 anos de detenção

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 11/08/2019 04:05
Magnata estaria sob vigilância no Centro Correcional em Manhattan por ter tentado se matar há duas semanas: julgamento era previsto para 2020



O bilionário americano Jeffrey Epstein, acusado de abuso sexual de menores, foi encontrado morto no Centro Correcional Metropolitano, uma instalação federal de segurança máxima em Manhattan. A polícia federal americana investiga o caso, tratado como suicídio. Segundo o jornal The New York Times, o magnata de 66 anos, amigo de inúmeros políticos e celebridades, enforcou-se na cela em que estava preso à espera de julgamento, foi encontrado ontem pela manhã e levado a um hospital.

Confirmada a morte, surgiram questionamentos sobre como o prisioneiro conseguiu tirar a própria vida em uma instalação de alta segurança e depois de já ter tentado suicídio.Há duas semanas, Jeffrey Epstein foi encontrado inconsciente e com marcas no pescoço no centro correcional. Havia informações de que, após essa tentativa de suicído, ele era mantido sob vigilância.

O procurador-geral dos Estados Unidos, Bill Barr, afirmou que instruiu o inspetor-geral do Departamento de Justiça a investigar as circunstâncias da morte. ;A morte do senhor Epstein levantou várias perguntas que devem ser respondidas;, justificou, em comunicado. A prisão em Manhattan é frequentemente usada para abrigar suspeitos à espera ou durante o julgamento. Durante dois anos e meio, por exemplo, foi o endereço do traficante de drogas Joaquín ;Chapo; Guzmán. Epstein havia sido informado, no último dia 31, que seu julgamento não começaria antes de junho do próximo ano.




Celebridades

Jeffrey Epstein foi levado ao centro correlacional em 6 de julho, após ser detido em um aeroporto de Nova Jersey chegando de uma viagem a Paris. O magnata, que tinha na lista de amigos o presidente Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton e o príncipe Andrew, da família real britânica, era acusado de tráfico sexual de menores e de conspiração criminosa para traficar menores a fim de exploração sexual. As duas acusações poderiam somar 45 anos de prisão. Ele negou os crimes e aguardava o julgamento na prisão, já que um juiz federal havia rejeitado o pedido de liberdade condicional.

Os advogados do milionário propuseram que ele ficasse isolado em sua casa em Manhattan com um bracelete ou uma tornozeleira eletrônica, além de vigilância por câmeras de vídeo. A Justiça avaliou, porém, que Epstein representava um risco para a sociedade e poderia tentar fugir. Durante uma busca em sua residência em Nova York, foram encontrados ;dezenas de diamantes; e ;maços de notas;, bem como um falso passaporte austríaco vencido e em nome do magnata.

Segundo a ata de acusação, o bilionário americano teria levado menores de idade, algumas delas com 14 anos, para suas residências em Manhattan e em Palm Beach, na Flórida, entre 2002 e 2005 pelo menos, ;para participar de atos sexuais com ele, depois dos quais lhes dava centenas de dólares em dinheiro;. ;Também pagava algumas de suas vítimas para recrutarem mais meninas para serem abusadas.; Segundo os promotores, Epstein estava ;consciente de que muitas das vítimas eram menores;.

O magnata já havia sido condenado por pagar jovens por massagens sexuais. À época, conseguiu evitar ser acusado criminalmente, assinando um acordo controverso no qual se declarava culpado de um crime estadual de solicitar prostituição a um menor. Ele passou 13 meses em uma prisão do condado, da qual ele poderia sair durante o dia, voltando todas as noites para a cadeia. Foi libertado em 2009.





Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação