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Pesquisas constatam influências ambientais

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 11/08/2019 04:06
As duas doenças reumáticas que mais acometem as crianças são a febre reumática e a artrite idiopática juvenil (AIJ), e ambas estão relacionadas a fatores com facetas ambientais, como a obesidade. Em um estudo apresentado no Congresso Europeu Anual de Reumatologia do ano passado (Eular 2018), por exemplo, cientistas ingleses mostraram que o excesso de peso aumentou o risco de osteoartrite.

Com dados de dois estudos de associação genômica ampla, Pesquisadores da Universidade de Oxford identificaram 15 e 97 alterações genéticas associadas ao índice de massa corporal (IMC) na infância e na idade adulta, respectivamente. Com os marcadores, a equipe analisou o material genético de 337 mil indivíduos e descobriu que o IMC na infância aumenta significativamente a prevalência de osteoartrite do quadril.

;Nossos resultados sugerem que o efeito do IMC adulto parece ser mais forte sobre os joelhos, enquanto na infância pode afetar o risco de osteoartrite do joelho e do quadril de forma semelhante;, detalha Daniel Prieto-Alhambra, um dos autores do estudo. O cientista acredita que os dados servem como mais um alerta para o combate ao excesso de peso, que pode aumentar os casos de doenças reumáticas. ;Eles mostram uma relação causal com a osteoartrite. Por isso, devem acrescentar um novo ímpeto para preveni-las.;

Poluição

Um estudo brasileiro, apresentado no Eular de 2016, apontou que a poluição pode ser um dos grandes influenciadores do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Os pesquisadores monitoraram, durante um ano, crianças, com e sem a doença, moradoras de São Paulo. A análise de exames mensais e dados sobre níveis de poluição constatou associação entre o aumento da exposição a poluentes e a piora de marcadores da LES.

;Esse aumento na gravidade da LES foi refletido no agravamento de uma variedade de achados laboratoriais, principalmente comprometimento renal e hematológico;, detalha Maria Fernanda Goulart, pesquisadora do Instituto da Criança da Universidade de São Paulo (USP) e uma das responsáveis pelo estudo, que também foi publicado na revista Modern Rheumatology.

A cientista conta que a poluição do ar também é um importante fator contributivo para o lúpus. ;Com o aumento da poluição do ar em muitas grandes cidades, os reumatologistas pediátricos podem esperar o consequente impacto na atividade da doença de seus pacientes com lúpus;, aposta. ;Isso nos alerta para a necessidade de gerar mudanças. Só assim, poderemos nos proteger;, frisa.


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