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Coalizão liderada por Riad ataca separatistas no Iêmen

De acordo com a coalizão, foi atingida uma posição que representava "uma ameaça direta a um importante posto do governo legítimo do Iêmen"

Agência France-Presse
postado em 11/08/2019 11:56
De acordo com a coalizão, foi atingida uma posição que representava A coalizão liderada pela Arábia Saudita, que apoia o presidente do Iêmen, recorreu à força neste domingo (11) para forçar a retirada de combatentes separatistas, depois da tomada do Palácio presidencial de Áden (sul) na véspera.

De acordo com a coalizão, foi atingida uma posição que representava "uma ameaça direta a um importante posto do governo legítimo do Iêmen".

Segundo moradores, a situação era de calma em Áden neste domingo de manhã, depois do ataque contra os campos de Bader e Jabel Hadid controlados pelos separatistas.

No sábado (10), a tomada do palácio foi, sobretudo, simbólica, já que o presidente Abd Rabo Mansur Hadi está no exílio na Arábia Saudita.

"Tomamos o palácio Maashiq das mãos das forças presidenciais sem combate", disse ontem um porta-voz da força separatista à AFP.

O governo iemenita acusou os Emirados Árabes Unidos de serem "responsáveis pelo golpe de Estado" dos separatistas.

"Pedimos aos Emirados que cessem imediatamente seu apoio material e militar aos grupos que se rebelaram contra o Estado", tuitou o Ministério das Relações Exteriores.

Também ontem, a coalizão que combate no Iêmen pediu cessar-fogo "imediato" em Áden e uma "reunião de emergência" das partes em conflito nesta cidade.

"A coalizão convoca um cessar-fogo imediato na capital provisória iemenita [Áden] [...] e afirma que usará a força militar contra quem o violar", declarou um de seus porta-vozes citado pela agência de notícias oficial saudita.

Segundo fontes militares e de segurança, combatentes separatistas já haviam tomado três quartéis das forças governamentais em Áden.

O poder leal ao presidente Hadi estabeleceu sua sede na cidade desde que a capital histórica do país, Sanaa, no norte, ficou em poder dos rebeldes.

Combatentes separatistas e soldados governamentais, em tese todos aliados desde 2015 em uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, travam combates desde quarta-feira.

Essa heterogênea coalizão árabe-sunita luta no norte contra os rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã.

Os combates em Áden entre separatistas do chamado "Cordão de Segurança", que recebem apoio dos Emirados, e as tropas do governo deixaram pelo menos 18 mortos - combatentes e civis -, segundo médicos e fontes de segurança.

A ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) também contabilizou mais de 75 feridos desde sexta-feira.

No sábado, o governo dos Emirados disse estar trabalhando para alcançar uma distensão e pediu que o enviado especial da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, fizesse o mesmo, relatou a agência de notícias oficial dos Emirados WAM.

Em um comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu o fim das hostilidades em Áden e convocou o diálogo entre as partes para "tratar dos assuntos legítimos que dizem respeito a todos os iemenitas".

O governo iemenita solicitou à Arábia Saudita e aos Emirados que "pressionem urgentemente" os separatistas "para impedir" qualquer escalada militar.

Hoje, os separatistas do sul do Iêmen deram sinal verde para a proposta da coalizão. O governo também se mostrou favorável.

Hostilidade Norte-Sul

A situação em Áden aprofundou a guerra em um país onde milhares de pessoas já morreram, incluindo civis, segundo balanço feito por ONGs. Cerca de 3,3 milhões de pessoas continuam deslocadas, e 24,1 milhões (80% da população) precisam de assistência, informa a ONU.

O Iêmen do Sul foi um Estado independente até 1990. O ressentimento na parte sul do país contra os iemenitas do norte, que eles acusam de impor a integração, continua forte.

Em janeiro, os combates entre ambos os lados deixaram 38 mortos. A situação se acalmou com a intervenção organizada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes.

O Iêmen enfrenta agora o risco de uma "guerra civil dentro de uma guerra civil", estimou um relatório do International Crisis Group (ICG).

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