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Ato contra Bolsonaro em Londres

postado em 14/08/2019 04:06
Tinta vermelha na fachada da representação brasileira: solidariedade à marcha indígena em Brasília
Manifestantes do grupo Extinction Rebellion protestaram na manhã de ontem diante da Embaixada do Brasil em Londres, em defesa do meio ambiente e dos direitos indígenas. O ato ocorreu no mesmo dia em que a Marcha das Mulheres Indígenas saiu em Brasília, acompanhada por atos a favor da educação pública e gratuita em todo o país. Até as 14h, seis integrantes do grupo tinham sido detidos pela polícia da capital britânica, segundo os organizadores.

Além de entregar aos responsáveis pela representação diplomática uma ;declaração de rebelião;, endereçada às autoridades brasileiras, o grupo jogou tinta vermelha na fachada da embaixada, para simbolizar o sangue indígena derramado no Brasil. Cartazes exibidos pelos participantes, cerca de duas dezenas, tinham os dizeres No more indigenous blood (;não mais sangue indígena;) e ;Ele não; ; referência à frase usada durante a campanha eleitoral de 2018 contra Jair Bolsonaro. As frases foram também pichadas nas paredes do edifício.

O Extinction Rebellion promete mais protestos do tipo em 11 países, entre eles Chile, Portugal, França, Espanha, Suíça e Reino Unido. Em nota, o grupo criticou o presidente brasileiro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e as ;mudanças radicais na estrutura dos ministérios envolvidos na legislação ambiental e agrícola;. O texto cita relatórios recentes segundo os quais ;as taxas de desmatamento na Amazônia cresceram 88%, em comparação com junho do ano passado, com Bolsonaro alegando que os dados foram falsificados;.

Amazônia
Em entrevista ao Correio, a professora de inglês Sarah Gibbons, 29 anos, voluntária do grupo, relatou que, apesar de cinco pessoas terem agido ;de forma criminosa;, a manifestação foi pacífica. Segundo ela, os ativistas receberam um chamado para prestar apoio às indígenas que protestavam em Brasília. ;A situação da Amazônia está chegando a níveis alarmantes, e o presidente Jair Bolsonaro abriu as portas para processos de exploração da floresta. Vamos continuar nossas ações, se o governo brasileiro não começar a resolver essas questões;, afirmou. ;Estamos ao lado dos que marcharam em Brasília.;

Em nota, a Embaixada do Brasil em Londres se disse aberta a receber quem queira dialogar ;sobre o Brasil e suas políticas públicas;, e reafirmou o direito aos protestos. ;Já o direito de vandalizar, esse não existe em nenhum país;, diz o comunicado. ;A Polícia Metropolitana interveio para salvaguardar a integridade das instalações diplomáticas do Brasil. A embaixada permanecerá em contato com as autoridades locais para acompanhar as investigações cabíveis.;
* Estagiários sob supervisão do subeditor Silvio Queiroz

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