Agência Estado
postado em 15/08/2019 11:34
Uma comissão formada pelo governo do Nepal depois de a última temporada de escalada do Monte Everest registrar a morte de ao menos 11 alpinistas recomendou a adoção de regras mais rígidas na expedição das autorizações de escalada da montanha mais alta do mundo.
Entre os pré-requisitos sugeridos pelo painel estão a obrigatoriedade de o alpinista ter escalado com sucesso ao menos um pico com mais de 6.500 metros, ter recebido treinamento adequado, passar por uma verificação de saúde e possuir um seguro que cubra eventuais custos de resgate.
Além disso, cada alpinista também precisaria ter um guia com experiência comprovada - e as empresas de turismo precisariam de pelo menos três anos organizando de expedições em alta altitude antes de liderar alpinistas no Everest.
Das 11 pessoas que morreram neste ano no Everest, 9 tentavam chegar ao ponto mais alto do planeta pela face sul da montanha, no Nepal, tornando essa uma das temporadas de escalada mais mortíferas da última década.
O governo nepalês, responsável pela emissão das permissões de escalada ao custo de US$ 11 mil cada, foi bastante criticado por ter permitido que um número recorde de pessoas subissem a montanha, o que ocasionou filas na chamada "Zona da Morte" do Everest, a mais de 8 mil metros de altitude.
Espera-se que o governo altere seus regulamentos de montanhismo seguindo as recomendações da comissão. A temporada de escalada do Everest é concentrada entre março e maio, quando as condições climáticas são melhores para escalar subir essa montanha no Himalaia.
Limite de montanhistas
O Ministério do Turismo do Nepal afirmou ainda que para desencorajar reduções de custos que podem colocar em risco a vida dos alpinistas, os clientes das empresas de expedição teriam que provar, antes de partirem, que pagaram pelo menos US$ 35 mil (cerca de R$ 141 mil) pela expedição.
"O Everest não pode ser escalado apenas com base em uma vontade pessoal", disse Yogesh Bhattarai, ministro do Turismo do país. "Testaremos suas condições de saúde e habilidades de escalada antes de emitir licenças (para o Everest)."
O governo pretende apresentar as medidas finais para o Parlamento antes do início do próxima temporada de escalada, em março de 2020.
O ministro disse que também avalia a possibilidade de ter funcionários na montanha que seriam responsáveis por gerenciar as filas de alpinistas e evitar o excesso de pessoas nos trechos mais perigoso do Everest.
Atualmente, não há qualquer tipo de restrição em relação ao número de montanhistas que podem tentar chegar ao cume do Everest simultaneamente. São as próprias equipes de expedição que determinam sua programação de subida e muitos escolhem a mesma janela no mês de maio para evitar o clima extremo da montanha e os ventos fortes. (Com agências internacionais)