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Coreia do Norte volta a disparar "projéteis não identificados"

Os militares da Coreia do Sul disseram que os projéteis foram disparados da região da cidade de Tongchon, na província de Kangwon, sudeste da Coreia do Norte

Agência France-Presse
postado em 16/08/2019 08:32
projéteis não identificadosA Coreia do Norte disparou nesta sexta-feira dois "projéteis não identificados" que caíram no mar, anunciou o Estado-Maior conjunto das Forças Armadas sul-coreanas, o sexto lançamento deste tipo em três semanas.

Os militares da Coreia do Sul disseram que os projéteis foram disparados da região da cidade de Tongchon, na província de Kangwon, sudeste da Coreia do Norte, em direção ao Mar do Leste, também conhecido como Mar do Japão.

"O exército está monitorando a situação em caso de lançamentos adicionais, mantendo uma postura de prontidão", informou Comando do Estado-Maior do Sul.

Esta é a sexta série de disparos da Coreia do Norte desde 25 de julho. Ao comentar os testes precedentes, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, afirmou que se tratava de uma "advertência solene" às manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte considera que os exercícios conjuntos frequentes são uma preparação para uma eventual invasão de seu território.

O regime norte-coreano alertou que o início das manobras impediria a retomada das conversações entre Pyongyang e Washington sobre o arsenal do país.

A Comissão para a Reunificação Pacífica do País, uma instituição do regime norte-coreano, anunciou nesta sexta-feira em um comunicado que rejeitava as declarações da véspera do presidente sul-coreano, Moon Jae-In, sobre o processo de paz na península.

Em um discurso pronunciado por ocasião do aniversário da libertação da Coreia da ocupação japonesa (1910-1945), Moon declarou que seu objetivo era "alcançar a paz e a reunificação até 2045", apesar do mandato presidencial único para o qual foi eleito terminar em 2022.

O comunicado norte-coreano acusa Seul de ser responsável pelo congelamento atual das discussões entre as duas Coreias e pela não aplicação da "declaração histórica de Panmunjom".

Esta declaração foi adotada durante a reunião surpresa de Kim com o presidente americano, Donald Trump, em Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (DMZ) que separa as Coreias.

Os dois governantes decidiram na ocasião retomar em breve as negociações obre o arsenal nuclear norte-coreano, mas até agora o anúncio não virou algo concreto.

No comunicado publicado nesta sexta-feira, a Coreia do Norte descarta uma retomada a curto prazo do diálogo com o Sul.

"Não temos nada mais o que discutir com as autoridades sul-coreanas e não temos nenhuma intenção de nos reunirmos novamente com elas", afirma o texto.

Após o quinto teste de mísseis norte-coreanos, Donald Trump afirmou no Twitter que Kim Jong Un enviara uma carta com um pedido de "desculpas" pelos disparos.

Desde o início da série de lançamentos, Trump minimiza a importância dos testes e afirma que são mísseis de curto alcance, cujos disparos não representam uma violação do que foi estabelecido desde o início de seu diálogo com Kim.

Trump inclusive criticou as manobras organizadas pelos militares americanos com as tropas sul-coreanas, que chamou de "caras e ridículas".

E o presidente dos Estados Unidos destacou que em sua carta, Kim afirmou que deseja retomar as negociações sobre a questão nuclear "assim que terminarem os exercícios conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul".

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