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Deputada desiste de visita

postado em 17/08/2019 04:05
Tlaib, de ascendência palestina, queria viajar à casa da avó, na Cisjordânia
A deputada norte-americana Rashida Tlaib se recusou, ontem, a usar um visto humanitário concedido por Israel para visitar a avó na Cisjordânia. Em um primeiro momento, os pedidos de visto de trabalho de Rashida e da também congressista Ilhan Omar foram negados pelo apoio das democratas ao boicote ao Estado judeu. ;Decidi que visitar minha avó sob estas condições opressoras é contra tudo em que acredito na luta contra o racismo, a opressão e a injustiça;, tuitou a legisladora de ascendência palestina. Rashida e Ilhan são críticas ferrenhas do presidente americano, Donald Trump, além de as primeiras muçulmanas eleitas no Congresso.

Rashida nasceu em Detroit, no estado do Michigan, em uma família de imigrantes palestinos, enquanto Ilhan nasceu na Somália e chegou aos Estados Unidos como refugiada, quando era pequena. Depois de ter seu visto negado na quinta-feira, Rashida solicitou uma permissão humanitária para visitar a avó, no povoado de Beit Ur al Fauqa, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. ;Pode ser minha última chance de visitá-la;, alegou a congressista em uma carta divulgada na internet. Ontem, ela descartou a viagem a Israel, porta de entrada para os territórios palestinos.

;Quando ganhei, dei ao povo palestino a esperança de que alguém fosse dizer a verdade sobre as condições desumanas. Não posso permitir que o Estado de Israel apague esta luz me humilhando e usando o amor por minha ;sity; (avó) para me dobrar com suas políticas opressoras e racistas;, afirmou. Ao solicitar a permissão humanitária, Tlaib tinha prometido ;respeitar todas as restrições; e não promover o boicote a Israel. ;Me silenciar e me tratar como uma criminosa não é o que ela quer para mim. Isso mataria um pedaço de mim;, disse.

O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) faz um apelo ao boicote econômico, cultural e científico de Israel para protestar contra a ocupação dos Territórios Palestinos. Em 2017, Israel votou uma lei que permite proibir a entrada em seu território aos partidários do BDS.

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