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BC da Alemanha alerta para possível recessão no 3º trimestre

"A economia pode registrar uma nova contração neste verão, após um retrocesso de 0,1% do PIB alemão no segundo trimestre", alerta o Bundesbank.

Agência France-Presse
postado em 19/08/2019 10:46
Presidente do banco central alemão, Jens Weidmann.A economia da Alemanha pode entrar em recessão no terceiro trimestre em consequência de uma "contração" da produção industrial provocada pelas tensões comerciais internacionais, advertiu o Banco Central (Bundesbank) em seu relatório mensal divulgado nesta segunda-feira (19).

"A economia pode registrar uma nova contração neste verão, após um retrocesso de 0,1% do PIB alemão no segundo trimestre", alerta o Bundesbank.

O relatório foi publicado em um momento de debate entre os partidários do dogma do equilíbrio orçamentário e os que desejam flexibilidade para estimular a economia.

A força da principal economia da União Europeia está, sobretudo, em suas exportações de alto valor agregado.

Afetada pelo retrocesso do comércio exterior, devido à guerra comercial entre China e Estados Unidos e à desaceleração da economia chinesa, a Alemanha está à beira da recessão técnica.

Este cenário põe em xeque a estratégia econômica alemã dos últimos dez anos baseada na limitação do gasto público e na redução da dívida pública.

A Alemanha tem um excedente orçamentário que representa 1,7% do PIB.

Oficialmente, o governo da chanceler Angela Merkel se opõe ao "Schwarze null" (zero negro, literalmente), como é chamada a doutrina de equilíbrio orçamentário da Alemanha.

Recentemente, fontes da Chancelaria que pediram para não serem identificadas deram a entender que o governo "não tem a intenção de continuar poupando em caso de recessão", afastando-se, assim, da doutrina "Scwarze null".

No domingo, o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, declarou que o país tem recursos para "enfrentar" uma nova crise como a de 2008.

Depois de uma década dourada, a Alemanha se encontra em um processo de desaceleração, devido à redução mundial da demanda, ao conflito comercial entre Pequim e Washington e aos ventos de protecionismo que sopram em vários países, começando pelos Estados Unidos.

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