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Brasil, EUA e 8 países iniciam manobras militares como recado à Venezuela

Chefe do comando Sul norte-americano afirmou que suas forças estão ''prontas para fazer o que for preciso'' na Venezuela

Em visita ao Rio de Janeiro, onde acompanhará o início das manobras militares Unitas ; com participação de nove países latino-americanos, além de Estados Unidos e aliados ;, o chefe do Comando Sul norte-americano afirmou que suas forças estão ;prontas para fazer o que for preciso; na Venezuela. ;A Marinha dos EUA é a mais poderosa do mundo. Se for adotada a decisão política para a mobilização, estou convencido de que estamos prontos;, garantiu o almirante Craig Faller.

Depois de ter reforçado duramente as sanções econômicas ao regime chavista de Caracas, equiparadas ao regime mantido contra Cuba e o Irã, o presidente Donald Trump acenou com a ideia de impor à Venezuela ;um bloqueio (naval) ou uma quarentena;, como parte da ofensiva destinada a tirar do poder o presidente Nicolás Maduro. ;O foco do nosso governo continua sendo a pressão sobre um regime ilegítimo, para garantir que se faça a transição para um governo democrático e legítimo;, reforçou o chefe do Comando Sul, que tem jurisdição sobre a América Latina.

O governo Trump foi o primeiro a reconhecer como presidente interino da Venezuela, em janeiro, o líder oposicionista Juan Guaidó, proclamado pela Assembleia Nacional. O Legislativo eleito em 2015, com maioria antichavista, foi desautorizado por Maduro e substituído por uma Constituinte 100% governista. A proclamação de Guaidó como governante provisório foi prontamente reconhecida por Brasil e Colômbia e hoje é aceita por mais de 50 países. O governo brasileiro está entre os vizinhos que impulsionam o Grupo de Lima, articulação diplomática interamericana que busca exercer pressão do exterior para favorecer a saída do presidente chavista.

Nas próximas duas semanas, mais de 3.300 militares participarão das manobras Unitas, destinadas, nas palavras do almirante americano, a ;enviar uma mensagem a Maduro e seus aliados;. ;Os exercícios marítimos mostram ao mundo como as democracias podem trabalhar juntas para enfrentar ameaças complexas;, acrescentou o chefe do Comando Sul. Craig não quis comentar, porém, a possível resposta da parte do governo venezuelano: ;Não sei como Maduro reage a nada;.

Desmentido

O presidente da Assembleia Constituinte venezuelana, Diosdado Cabello, considerado o ;número 2; do regime chavista, desmentiu nesta segunda-feira (19/8) versões da agência de notícias Associated Press (AP) sobre supostos contatos sigilosos que teria mantido com emissários dos EUA sobre uma articulação para afastar Maduro do poder. ;Isso não passa de mentira e manipulação;, disse Cabello a jornalistas venezuelanos e estrangeiros, em Caracas. ;O que a AP poderia ter de mais importante a dizer, sobre essas ditas conversações, é que teremos eleições parlamentares até julho de 2020;, emendou.

O presidente da Constituinte chavista confirmou ter recebido funcionários do governo americano em Caracas, em julho, mas negou que tenha se tratado de um encontro sigiloso. ;Se era segredo, por que veio a público?;, questionou. Cabello aproveitou para atacar a oposição, classificada como ;lacaia; de Washington. ;Eu me reúno com os donos do circo, não com os palhaços que trabalham para eles.;