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Prefeito comparece a tribunal por proibir uso de pesticidas perto de casas

O prefeito de Langouet, na França, Daniel Cueff, impôs uma proibição em meados de maio sobre o uso de pesticidas em terrenos a uma distância inferior a 150 metros

Agência France-Presse
postado em 22/08/2019 09:55
Centenas de pessoas se reuniram nesta quinta pela manhã em frente ao tribunal
Rennes, França ; Um prefeito do noroeste da França foi convocado por um tribunal, nesta quinta-feira (22/8), por ter proibido o uso de pesticidas perto das casas em sua cidade, um caso representativo da crescente oposição à contaminação química nas zonas rurais.

O prefeito de Langouet, Daniel Cueff, impôs uma proibição em meados de maio sobre o uso de pesticidas em terrenos a uma distância inferior a 150 metros de casas ou locais de trabalho, citando sua autoridade para bloquear qualquer contaminante em sua comunidade.

Cueff, que defenderá na Justiça uma objeção do Estado a sua proibição, passou os últimos 20 anos trabalhando com o meio ambiente em sua comunidade de cerca de 600 habitantes, proibindo herbicidas químicos e abrindo uma cantina escolar ecológica em 2004.

Centenas de pessoas se reuniram nesta quinta pela manhã em frente ao tribunal administrativo da cidade de Rennes, na região da Bretanha, em apoio ao prefeito.

Os moradores expressaram preocupação com o uso de pesticidas nas lavouras, argumentando que várias crianças apresentaram "altos níveis" de glifosato, um herbicida químico, na urina.

Mas a medida provocou a oposição de alguns agricultores locais, que insistiram que o pesticida é necessário para manter os cultivos e denunciaram que não foram consultados.

A França pressionou pela proibição na União Europeia (UE) do glifosato, que se encontra no herbicida Roundup vendido pela multinacional Monsanto, em meio a uma crescente preocupação dos consumidores com o impacto sobre a saúde.

O país é um dos maiores consumidores do herbicida na UE. A Organização Mundial da Saúde considerou que o glifosato é "provavelmente cancerígeno".

A questão da contaminação química tem entrado na agenda política na França, a medida que os eleitores estão cada vez mais preocupados com a degradação do meio ambiente e com a mudança climática.

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