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Mapeado comportamento de parasita da malária

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 23/08/2019 04:06
Cientistas desenvolveram o primeiro mapa detalhado do comportamento individual do parasita da malária, que tem o mosquito Anopheles como transmissor. O estudo, conduzido por pesquisadores ingleses, desenhou cada fase do complicado ciclo de vida desse organismo usando uma tecnologia avançada de medição de atividade gênica de parasitas. As descobertas foram apresentadas na edição desta semana da revista especializada Science.

Para criar o mapa, os pesquisadores isolaram e mediram a atividade gênica de 1.787 parasitas da malária, analisando todos os 10 estágios do ciclo de vida. Os investigadores também deram a mosquitos infectados uma refeição de sangue falsa, para capturar os efeitos gerados no organismo dos animais. A equipe, então, mediu quais genes estavam ativos em cada ciclo de vida do parasita.

;Esse é o primeiro atlas do tipo para um organismo unicelular. O ciclo de vida do parasita da malária é fundamental para a investigação dessa doença, e o Atlas da Célula da Malária nos ajudará a compreender verdadeiramente o parasita, a fim de controlar eficazmente essa enfermidade;, ressalta, em comunicado, Virginia Howick, primeira autora do estudo e pesquisadora do Wellcome Sanger Institute, no Reino Unido.

Genes mapeados
Para obter esses detalhes, os pesquisadores utilizaram o método chamado tecnologia de célula única. Além de mapear os genes, as observações revelaram um comportamento similar de atividade gênica entre as três espécies parasitas da malária, mesmo elas infectando hospedeiros diferentes ; ratos, macacos e humanos.

Os cientistas destacam que saber quais genes são críticos em cada estágio do ciclo de vida do parasita ajuda a selecionar futuros alvos de drogas. ;Para derrotar a malária, precisamos entender todos os truques que o parasita usa ao longo de seu ciclo de vida. O atlas é o primeiro mapa detalhado que nos dá uma visão de quão diferente é esse parasita;, frisa Mara Lawniczak, também autora do estudo e pesquisadora do Wellcome Sanger Institute.

A cientista enfatiza também a possibilidade de o documento ajudar no combate à malária mais resistente aos medicamentos disponíveis. ;À medida que novas drogas são introduzidas, esperamos que o Malaria Cell Atlas atue como uma referência para entender como os parasitas mudam seus comportamentos em resposta aos nossos esforços para controlá-los. Saber isso ajudará a descobrir como encurralar esses organismos e, finalmente, eliminá-los;, explica Mara Lawniczak.

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