Mundo

Itália 'aberta e inclusiva'

postado em 30/08/2019 04:06
O presidente Sergio Mattarella cumprimenta o premiê Conte: novo governo com guinada pró-europeia
Uma Itália de ;inclusão;, aberta aos imigrantes e pronta a ocupar ;o lugar que lhe cabe; na União Europeia (UE), é o país que o jurista e professor Giuseppe Conte, até ontem premiê demissionário, promete para o novo mandato que recebeu do presidente Sergio Mattarella. Os objetivos enunciados, com o propósito de conduzir o país até as próximas eleições legislativas regulares, em 2023, constituem uma guinada de 180 graus em relação à orientação seguida nos últimos 14 meses pelo gabinete que o mesmo Conte chefiou até ser empurrado à renúncia pelo ministro do Interior, o líder ultradireitista Matteo Salvini. Agora na liderança da oposição, Salvini não dá o braço a torcer e convoca os adversários para as ruas de Roma, em outubro, em uma marcha contra o novo Executivo.

;Este será um governo pelo bem dos cidadãos, que modernize o país para torná-lo ainda mais competitivo internacionalmente, mas também mais justo, mais solidário e mais inclusivo;, disse o premiê à imprensa depois de aceitar a missão delegada pelo presidente. ;A Itália deve recuperar um papel de primeiro plano na Europa;, acrescentou Conte, em tom absolutamente oposto ao imprimido desde maio de 2018 por Salvini, que fez coro às demais forças políticas do continente que se empenham em minar o que consideram poderes execessivos assumidos pela UE, em detrimento da soberania dos países-membros.

O premiê reinstalado se propõe a apresentar nos próximos dias a composição do gabinete, uma coalizão entre o Movimento Cinco Estrelas (M5S), a legenda antissistema que detém a maior bancada parlamentas, e o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. O governo anterior era composto pelo M5S e pela Liga, o partido de extrema-direita chefiado por Salvini, um acordo tornado possível pela escolha de um primeiro-ministro sem filiação partidária, com dois vices ; um de cada legenda. Agora, o PD insiste em ocupar sozinho esse cargo, sob o argumento de que Conte seria alinhado com os sócios de coalizão.

Salvini
Embora frustrado na tentativa de forçar eleições antecipadas, nas quais aposta conseguir maioria para chefiar o governo, Matteo Salvini recusou-se a considerar a recomposição do gabinete como uma derrota. ;Teremos de esperar seis meses ou um ano para ganhar? Não temos pressa;, escreveu nas redes sociais, em tom de desafio. ;Faremos oposição sadia e logo venceremos;, prometeu aos correligionários, a quem convocou para uma marcha em Roma, em 19 de outubro. ;Será uma grande jornada de orgulho italiano, da maioria laboriosa que não quer um governo nascido na calada da noite em Paris ou Bruxelas.;

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação