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Ação antiguerrilha deixa nove mortos

No dia seguinte ao anúncio da retomada de armas por dissidentes do acordo de paz, governo realiza uma ofensiva em reduto histórico dos rebeldes das Farc

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 31/08/2019 04:06
O presidente Iván Duque, discursa em Oveja, no norte do país: sem trégua aos
Numa ;mensagem clara; aos dissidentes da guerrilha das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc), como definiu o presidente Iván Duque, forças de segurança realizaram ontem uma ofensiva contra os rebeldes. A operação terminou com a morte de nove rebeldes que rejeitaram o pacto de paz em vigor desde 1; de dezembro de 2016, após quatro anos de negociações. Um dia antes, um grupo de ex-comandantes das Farc anunciou uma rebelião armada.

Em seu perfil no Twitter, o ministro da Defesa, Guillermo Botero, informou que os nove mortos faziam parte da dissidência da guerrilha dissolvidas e foram surpreendidos em áreas rurais de San Vicente del Caguán, reduto histórico dos rebeldes no sul da Colômbia. ;Os criminosos estão avisados: eles que se rendam, ou serão derrotados;, tuitou Botero.

Entre os mortos, anunciou Iván Duque, está Gildardo Cucho, líder da facção atacada. ;Autorizei (...) antecipar uma operação ofensiva contra essa quadrilha de delinquentes narcoterroristas que são residuais do que se conhecia como as Farc e que fazem parte das estruturas criminosas que pretendem desafiar a Colômbia;, ressaltou o presidente, assinalando que o ataque foi um aviso explícito emitido pelo governo aos líderes da antiga guerrilha que romperam com o acordo de paz.

O presidente assinalou que Cucho era ;um criminoso dedicado ao narcotráfico, ao sequestro, à intimidação de líderes sociais;. E acrescentou: ;Pretendia integrar essa estrutura que se apresentava ao país como uma nova guerrilha, coisa que não é;.

A ruptura foi anunciada na quinta-feira por Iván Márquez, ex-número dois da guerrilha dissolvida há quase três anos, cujo paradeiro era desconhecido desde 2018. Ao lado de outros chefes rebeldes, ele reapareceu em um vídeo postado em um canal do YouTube.

Vestido de verde-militar e acompanhado por Jesús Santrich, um foragido da Justiça, Márquez enfatizou: ;Anunciamos ao mundo que a segunda Marquetalia (berço histórico da rebelião armada) começou sob proteção do direito universal que ajuda todos os povos do mundo a se levantarem contra a opressão;.

Venezuela
Acusado por Iván Duque de apoiar a retomada das armas pela dissidência das Farc e de dar abrigo a rebeldes na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro reagiu e atribuiu a Bogotá a responsabilidade pela situação. A resposta veio pela chancelaria, em Caracas. O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, afirmou que Duque atua contra os acordos de paz.

;A Venezuela rejeita a desfaçatez de Iván Duque, ao transferir para países terceiros e pessoas terceiras sua responsabilidade exclusiva no desmantelamento planejado dos processos de paz e no descumprimento dos compromissos assumidos;, disse Arreaza.

O chanceler acrescentou que Caracas mantém contato com outros países para a retomada de negociações. ;A Venezuela segue com preocupação a reativação iminente do conflito armado entre o governo colombiano e um grupo das FARC, e informa que está em consulta com o restante dos países acompanhantes e garantidores para que as partes voltem aos contatos;, destacou.


;Os criminosos estão avisados: eles que se rendam, ou serão derrotados;

Guillermo Botero, ministro colombiano da Defesa


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