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Uruguai planta árvores nativas para restaurar florestas

O projeto Plantatón faz referência a experiências homônimas realizadas em países como El Salvador e Colômbia

A iniciativa, chamada Plantatón, faz parte da Agenda 2030 e tem o objetivo de promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, combater a desertificação, reverter a degradação de terras e refrear a perda da diversidade biológica. A primeira ação será o plantio de mais de 500 árvores nativas, no município de Artigas, no norte do país, na próxima quarta-feira (4/9).

Idealizado pela Rede Uruguaia de ONGs Ambientais com o apoio do Ministério da Habitação, Planejamento Territorial e Meio Ambiente (MVOTMA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Plantatón faz referência a experiências homônimas realizadas em países como El Salvador e Colômbia.

O plantio das árvores envolve uma articulação com governo e a sociedade civil, com convocatórias feitas em escolas, associações de aposentados, Exército, empresas privadas e públicas. A ideia é estender a experiência para outros pontos do país.

Stefan Liller, representante do Pnud no Uruguai, disse que a iniciativa foi implementada com sucesso em outros países e, em El Salvador, por exemplo, já foram "plantados cerca de 17 milhões de árvores que permitiram recuperar grandes extensões, prevenir inundações e reverter a degradação de bosques;.

Além de recuperar os bosques, que cobrem aproximadamente 5,2% da superfície do Uruguai, o plantio contribuirá com a recuperação da diversidade biológica de espécies nativas e da qualidade da água.

No dia 5 de junho deste ano, quando o projeto Plantatón foi lançado, Stefan Liller detalhou os 3 eixos de trabalho: regeneração natural de espaços degradados, plantio de árvores nativas em zonas prioritárias para a conservação e controle de espécies exóticas invasoras que competem e deslocam espécies autóctones.

Sistema Nacional de Áreas Protegidas

Em 2005, Uruguai criou o Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, são 16 áreas (311.101 hectares), incluindo as terrestres e marinhas, que atingem apenas 0,98% do território.

O modelo econômico uruguaio é baseado no uso intensivo de recursos naturais, com um setor agrícola que gera 78% das exportações. Em 2017, os principais produtos agroindustriais de exportação foram carne bovina (21%), celulose (19%), soja (17%), laticínios (8%) e arroz (6%), de acordo com informações da Uruguai 21, agência de promoção de exportações e investimentos.

As áreas dedicadas à agropecuária, que chegam a ocupar 93% do território do país, de acordo com dados do Pnud, acabam por gerar deterioro ambiental, erosão do solo, perda de ecossistemas e poluição das águas pelo uso de produtos químicos.