postado em 03/09/2019 04:06
Centenas de milhares de norte-americanos se deslocavam ontem das regiões costeiras dos estados da Carolina do Sul, da Geórgia e, principalmente, da Flórida, na expetctativa pela chegada do furacão Dorian. No domingo, ele causou forte devastação no arquipélago caribenho das Bahamas, aonde chegou como um fucarão de categoria cinco ; a mais alta da escala Saffir-Simpson ; e o segundo maior registrado no Atlântico. Ontem, rebaixado em um grau, Dorian se deslocava ainda pelo Caribe e era aguardado na costa dos Estados Unidos na madrugada de hoje, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), com sede em Miami.
;Se você estiver em uma área de retirada, saia AGORA. Podemos reconstruir sua casa. Não podemos reconstruir sua vida;, tuitou o governador da Flórida, Rick Scott. O estado emitiu as primeiras ordens de saída para a região de Palm Beach, onde está localizado o clube de golfe de propriedade do presidente Donald Trump. O NHC previu que Dorian deve ;movimentar-se perigosamente perto da costa leste da Flórida; ao menos até amanhã. Na Carolina do Sul, o governador Henry McMaster decretou a retirada obrigatória da costa, afetando cerca de 800 mil pessoas. A Geórgia orientou os moradores de seis condados a abandorarem as regiões.
;Não importa se eu tenho uma casa de US$ 1 milhão: vou embora. Minha vida é mais importante;, disse Joe Lewis, veterano da Marinha, enquanto fazia os últimos preparativos para deixar Jensen Park, uma das áreas da Flórida que estavam praticamente desertas desde o início da tarde. Na vizinha Santa Lucia, Dan Peatle, 78 anos, lamentava ter uma vez mais de trocar o retiro de idosos onde vive por um hotel. ;Passei por sete ou oito furacões desde que cheguei à Flórida, em 1973. E são todos iguais: destroem tudo e depois tudo é consertado;, comentou, ;Mas escolhi morar aqui e posso muito bem viver com isso.;
Bahamas
O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, confirmou no início da noite que a passagem de Dorian deixou pelo menos cinco mortos e 20 feridos nas ilhas Ábaco, atingidas pelo furacão na véspera, quando estava com sua força máxima. O premiê lamentou a ;devastação sem precedentes; e informou que seu governo mantinha ;foco nas operações de resgate e recuperação;. Em comunicado, o Ministério do Interior anunciou que os esforços começaram ;pelos locais que já estão seguros;. Embora ainda perigosa, a tempestade praticamente estacionou durante o dia sobre a ilha de Grand Bahama, com ventos de até 250km/h.
;As pessoas que pensavam que estavam seguras estão agora pedindo socorro;, contou à agência de notícias France-Presse, por mensagem de texto, Yasmin Rigby, moradora de Freeport, a principal cidade de Grand Bahama. Ela descreveu o pânico causado pelos ventos, que destruíram janelas e abriram a passagem para as chuvas torrenciais e os alagamentos. ;O marido da minha melhor amiga está preso no telhado de casa, com 2m de água por baixo;, relatou.
Uma estimativa inicial da Cruz Vermelha apontou que cerca de 13 mil casas podem ter sido destruídas ou danificadas no arquipélago pela passagem de Dorian. Imagens divulgadas nas redes sociais mostravam um enorme rastro de destruição. Em um vídeo publicado no site do jornal Tribune 242 a água chegava à altura dos telhados de casas de madeira. Barcos avariados flutuavam em uma água terrosa, cheia de tábuas, galhos e troncos de árvores, além de outros escombros.
O Centro Nacional de Furacões, de Miami, alertava para uma elevação do nível do mar entre 5m e 7m na Gran Bahama, acompanhada de ondas fortes. Em Ábaco, com o furacão se afastando, a expectativa era por um lento recuo no nível das águas.
800 mil
Total aproximado de moradores do estado americano da Carolina do Sul sob ordem de retirada obrigatória