postado em 04/09/2019 04:06
Rebaixado para a categoria 2, com ventos de até 175km/h, o furacão Dorian era aguardado na noite de ontem na costa sudeste dos Estados Unidos. Centenas de milhares de pessoas receberam ordem de abandonar suas casas nos estados da Flórida, Geórgia e Carolina do Sul, onde donativos eram distribuídos para os necessitados em abrigos de emergência instalados pelas autoridades. Até o fim da tarde, a tempestade continuava causando estragos no arquipélago caribenho das Bahamas, onde causou ao menos cinco mortes.
Na manhã de ontem, as ilhas Ábaco e Grand Bahama continuavam em grande parte isoladas do mundo. As primeiras imagens transmitidas nas redes sociais davam uma ideia inicial do tamanho do desastre. Palmeiras arrancadas, casas destruídas e carcaças de carros flutuavam sobre uma água que em nada lembra o cenário paradisíaco procurado pelos turistas.
Evocando uma ;tragédia histórica;, o primeiro-ministro Hubert Minnisalertou que o número de vítimas pode aumentar. O ministro do Interior, Marvin Dames, disse a jornalistas que havia crianças entre os mortos e que, ;infelizmente, veremos esse número aumentar;, segundo o jornal Nassau Guardian. ;Esta é uma crise de proporções épicas, talvez a pior que já vivemos.;
Pelo menos 61 mil pessoas estariam precisando de ajuda alimentar nas Bahamas, estimaram funcionários das Nações Unidas, que preparavam o envio de duas equipes de avaliação. Entre eles estarão especialistas do Programa Mundial de Alimentação (PMA). Na segunda-feira, a Cruz Vermelha tinha anunciado que 13 mil casas podem ter sido danificadas ou destruídas nas ilhas Ábaco e Grand Bahama. No mesmo dia, com Dorian praticamente estacionado sobre Grand Bahama, o ministro do Turismo anunciou o início das operações de resgate ;nas partes onde for seguro;.
Estacionado
Dorian atingiu as Bahamas, no domingo, como furacão de categoria 5, a mais alta na escala Saffir-Simpson, mas perdeu força no deslocamento e ontem foi classificado no nível 3 pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), com sede em Miami. Durante a tarde, o furacão se encontrava 168km a oeste de Fort Pierce, na Flórida, para onde se movia a velocidade bastante reduzida (3,2 km/h), com ventos de até 175 km/h. Ainda que tivesse perdido força, continava sendo considerado ;muito perigoso; pelos meteorologistas, que ajustavam as previsões sobre a trajetória nos próximos dias.
A expectativa era de que Dorian ganhasse velocidade e aumentasse de tamanho enquanto tomava a direção norte, o que o manteria apenas próximo à costa dos EUA, sem tocar terra, ao menos até a noite de hoje. Nessa projeção, o furacão deveria ;aproximar-se perigosamente; da Flórida e se deslocar nos próximos dias ao largo dos estados da Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte. Ceeca de um milhão de pessoas receberam ordem de retirada nas regiões ameaçadas.
Em Port St. Lucie, na Flórida, área de baixa renda com estacionamentos de trailers agora vazios, Dan Peatle, 78 anos, fugiu de sua comunidade para se abrigar em um hotel. Mesmo que o olho do furacão não atinja a terra, as autoridades mantêm o alerta sobre os riscos de aumento repentino no volume das águas e de inundações. Grandes ondas castigavam ontem as praias de Port Saint Lucie, ao norte de Palm Beach.
Funcionária de um hotel, onde se abrigou com a família, Lynda Granon, 62, esperava a chegada de Dorian com resignação. ;Perdemos tudo e reconstruímos. É assim na Flórida;, afirmou, lembrando que enfrentou cinco furacões nos últimos 15 anos. ;Isso, ao menos, permite renovar a decoração.;
"Esta é uma crise de proporções épicas, talvez a pior que já vivemos;
Marvin Dames, ministro do Interior das Bahamas
"Perdemos tudo e reconstruímos. É assim na Flórida;
Lynda Granon, funcionária de um hotel na região de Palm Beach