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Putin anuncia negociação para troca de prisioneiros com a Ucrânia

Esta é a primeira vez que Putin fala diretamente sobre a troca de prisioneiros, depois de semanas de informações divulgadas a respeito do tema

Agência France-Presse
postado em 05/09/2019 11:02
Presidente da Rússia, Vladimir Putin.O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta quinta-feira (5) a finalização em breve de uma negociação para uma "grande troca" de prisioneiros com a Ucrânia, o que deve contribuir para reduzir a tensão entre os dois países.

"Nos aproximamos do fim das negociações", declarou Putin durante um fórum econômico em Vladivostok.

A troca será "grande", e a data, "anunciada em breve", completou.

Esta é a primeira vez que Putin fala diretamente sobre a troca de prisioneiros, depois de semanas de informações divulgadas pela imprensa sobre a intenção de Rússia e Ucrânia a respeito do tema.

Entre os nomes comumente citados nessa troca, estão o diretor de cinema ucraniano Oleg Sentsov, condenado a 20 anos de prisão por terrorismo, ou os 24 marinheiros ucranianos detidos em Moscou após um incidente naval na costa da Crimeia em novembro passado.

O jornalista da agência de notícias Kyrylo Vychynsky, julgado por "alta traição" em Kiev e surpreendentemente libertado na semana passada, poderá ser entregue à Rússia.

"Será uma normalização completa dos nossos relacionamentos. É inevitável", continuou Putin.

Minutos antes dessas declarações, o mesmo tribunal que havia autorizado a soltura de Vychynsky ordenou a libertação de Volodymyr Tsemaj, ex-chefe militar dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, e "suspeito" na investigação da demolição do voo MH17.

O Boeing MH-17 da empresa Malaysia Airlines, que cobriu a viagem de Amsterdã a Kuala Lumpur em 17 de julho de 2014, foi abatido enquanto sobrevoava a zona de guerra com os separatistas no leste da Ucrânia.

As 298 pessoas morreram a bordo, incluindo 196 holandeses.

Quase 13 mil pessoas morreram no conflito entre a Ucrânia e a região separatista pró-Rússia do leste do país, que começou pouco depois de Moscou anexar a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter apoiado militarmente os separatistas, o que Moscou sempre negou, apesar de vários testes em contrário.

Apesar da assinatura de vários acordos de paz, incidentes armados continuam ocorrendo regularmente na região.

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