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Gabinete pró-europeu italiano toma posse

postado em 06/09/2019 04:06
O presidente Mattarella (D) saúda Luigi Di Maio: adeus à extrema direita
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, pôs fim oficialmente à crise política ao empossar o novo governo pró-europeu da terceira maior economia da Europa. O gabinete abandona a extrema direita. O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, e seus ministros do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e do Partido Democrata (PD) levantaram a mão direita para prestar juramento no palácio presidencial, em Roma. ;Estamos preparados para dar tudo pelo país;, afirmou o líder do M5S, Luigi Di Maio, que será ministro das Relações Exteriores.

A nova aliança precisa da aprovação do Parlamento em uma votação que deve ocorrer na próxima segunda-feira, na Câmara baixa, e na terça, na Câmara alta. ;Boa sorte ao novo governo e a seus ministros! Vamos mudar a Itália!”, declarou a líder do PD, Nicola Zingaretti. O novo Executivo terá a missão inicial de aprovar o orçamento de 2020, o qual precisa ser submetido ao Parlamento antes do fim deste mês e, depois, à União Europeia (UE), em 15 de outubro.

A escolha de Roberto Gualtieri, do PD, para ministro das Finanças, que conhece Bruxelas, é ;extremamente positiva, em especial para as relações com a UE;, aponta Lorenzo Codogno, ex-economista-chefe do Departamento italiano do Tesouro. Formada pelo M5S e pela Liga (o partido de extrema direita anti-imigração de Matteo Salvini), a coalizão até agora no poder teve um duro embate com a UE por seu orçamento ; demasiado expansivo aos olhos de Bruxelas.

O novo Executivo é o mais jovem da história da Itália desde o Pós-Guerra, com uma idade média de 47 anos, e tem mais ministros do sul do país ; mais pobre do que o norte. Dos 21 ministros do governo, nove são do PD; 10, do M5S; um, do partido nanico de esquerda Livres e Iguais; e um integrante sem filiação partidária, a nova ministra do Interior, Luciana Lamorgese.

Ex-secretária de Segurança em Milão, Luciana substituirá Salvini, o homem forte do governo anterior que, ao retirar o apoio de seu partido, provocou a queda do Executivo. Conhecido por sua atividade constante nas redes sociais, Salvini esperava provocar eleições e aproveitar, com isso, sua popularidade. O resultado foi o contrário do que ele esperava. Ontem, ele assegurou que o novo governo ;não vai durar muito;. ;Faremos oposição no Parlamento, nas prefeituras, nas praças e, no fim, votaremos e ganharemos;, antecipou.

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