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Papa elogia acordo de paz em Moçambique

postado em 06/09/2019 04:06
Francisco acena para os fiéis em Maputo: discurso com foco social
Moçambique recebeu ontem o papa Francisco entre a alegria pelo acordo de paz assinado há um mês para pôr fim a uma prolongada guerra civil e as marcas deixadas em março e abril pelos furacões Idai e Kenneth, que causaram mais de 700 mortes no país. Segundo o tratato firmado em 6 de agosto com o governo de Maputo, a organização rebelde Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) comprometeu-se oficialmente com o desarmamento, que marcaria a superação definitiva do conflito iniciado com a independência, em 1975, e interrompido há 27 anos por um cessar-fogo.

;Vocês assinaram, cerca de um mês atrás, o acordo do cessar-fogo definitivo entre irmãos moçambicanos. É um marco que comemoramos e esperamos que seja decisivo;, disse o pontífice no primeiro discurso desde o desembarque, na noite anterior. Francisco falou ontem diante do presidente Filipe Nyusi e do líder da Renamo, Ossufo Momade, e elogiou ;os esforços que foram feitos; para pacificar o país. ;Não à violência que destrói, sim à paz e à reconciliação!”, conclamou. ;A reconciliação é a melhor maneira de enfrentar os desafios que vocês têm como nação;, completou, em pronunciamento para autoridades e representantes da sociedade civil, na capital.

Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, enfrenta ainda o rastro de destrição deixado pelos dois furacões, cerca de seis meses atrás. ;Minhas primeiras palavras de solidariedade vão para as vítimas;, disse o papa. ;As consequências devastadoras continuam pesando sobre muitas famílias, especialmente em lugares onde a reconstrução ainda não foi possível;, lamentou o papa. ;Quero que saibam que compartilho sua angústia, seu sofrimento.;

Na linha de suas intervenções ao longo de seis anos de pontificado, Francisco pediu empenho na superação das profundas desigualdades sociais em Moçambique. ;Sem igualdade de oportunidades, as diferentes formas de agressão e guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, causará a explosão;, aconselhou. ;Não relaxem enquanto houver crianças e adolescentes sem educação, famílias sem teto, trabalhadores desempregados, camponeses sem terra.;

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