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Histórica troca de prisioneiros

Moscou e Kiev libertam 70 homens, no primeiro evento do tipo desde o início da guerra, cinco anos atrás. EUA saúdam "passo rumo à paz"

postado em 08/09/2019 04:17
Ex-preso é ajudado por médico depois de desembarcar no Aeroporto Internacional Boryspil, na capital ucraniana


A Ucrânia e a Rússia realizaram, ontem, uma troca de dezenas de prisioneiros, a primeira dessa proporção entre as duas nações desde o início da crise em 2014. Uma fonte do governo ucraniano confirmou à agência France-Presse que 70 prisioneiros, 35 de cada lado, fizeram parte do intercâmbio. A televisão estatal russa transmitiu imagens de ônibus saindo da prisão de Lefortovo, em Moscou. O avião que transportava os ucranianos pousou ontem no principal aeroporto de Kiev, onde dezenas de amigos íntimos e o presidente, Volodimir Zelenski, os encontraram na pista. Para Zelenski, a troca de presos é um primeiro passo para o fim da guerra com os separatistas pró-russos. ;Devemos dar os demais passos para acabar com essa guerra horrível;, que causou cerca de 13 mil mortes em cinco anos, afirmou ele, depois de receber pessoalmente os 35 prisioneiros ucranianos no aeroporto de Kiev. O presidente russo, Vladimir Putin, celebrou ;um grande passo em direção à normalização das relações bilaterais;.

Por sua vez, o governo dos Estados Unidos saudou a operação e expressou esperanças de que a ação signifique o início de um novo relacionamento para a resolução do conflito militar entre os dois países vizinhos. ;Talvez seja o primeiro passo de um gigante em direção à paz;, afirmou Donald Trump no Twitter. ;Boas notícias.; A Alemanha e a França também acolheram bem a troca, na qual veem um sinal do início de uma resolução da guerra, que dura cinco anos.

Embaixador

;O presidente Zelenski foi pessoalmente encontrar os nossos heróis, que não cederam perante as torturas e as pressões russas. Também publicou os nomes de todos os reféns no site da presidência, enquanto a parte russa está escondendo os nomes de seus criminosos e mercenários que recebeu em troca;, afirmou ao Correio Rostyslav Tronenko, embaixador da Ucrânia no Brasil. ;Isso só confirma o medo do regime que, um dia, responderá perante a comunidade internacional por crimes de guerra e por violação do direito internacional durante a guerra contra a Ucrânia. Vamos lutar, juntos, pelo dia no qual a Rússia libertará os restantes 110 prisioneiros políticos e mais 220 ucranianos que estão nas mãos dos seus fantoches no cativeiros de Donbas;, acrescentou, referindo-se à região ocupada do leste do país. A reportagem entrou em contato com a Embaixada da Rússia, por e-mail, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.



Eu acho...



;Estamos muito felizes com a volta de 24 marinheiros ucranianos, os quais a Rússia foi obrigada a devolver incondicionalmente segundo a decisão do Tribunal Internacional do Direito do Mar e de mais 11 prisioneiros políticos. Essas pessoas foram detidas apenas por não concordarem com a ocupação ilegal da República Autônoma de Crimeia e da cidade de Sevastopol, além de protestar contra a agressão russa na região de Donbas.;
Rostyslav Tronenko, embaixador da Ucrânia no Brasil

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