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Confronto em marcha por vítimas de Pinochet

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 09/09/2019 04:05
Ativistas exibem fotos de familiares desaparecidos durante a ditadura



Às vésperas do 46; aniversário do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, a figura do general segue dividindo os chilenos. Uma grande marcha convocada pela Agrupación de Familiares de Detenidos Desaparecidos de Chile (Grupo de Familiares de Detidos Desaparecidos do Chile, AFDD), em memória das vítimas do regime, terminou em confrontos com a polícia. O Partido Comunista e várias entidades de esquerda fizeram parte da mobilização, sob o lema ;Pela verdade e pela justiça;.

Manifestantes encapuzados, com pedras e paus, enfrentaram agentes das forças especiais, que aguardaram o avanço da multidão pelo centro de Santiago até chegar ao Cemitério Geral, que abriga um memorial em homenagem às mais de 3 mil vítimas da ditadura chilena (1973-1990), entre mortos e desaparecidos.

;Nós marchamos com a convicção de que, no Chile, ainda não há verdade ou justiça total;, declarou Marco Barraza, membro do Partido Comunista chileno. O protesto de ontem começou na Praça Los Heroes, no centro de Santiago, e avançou pacificamente por várias ruas em direção ao cemitério. Os manifestantes carregavam cravos vermelhos e fotografias de parentes executados ou desaparecidos.

Prisões

De acordo com o jornal La Tercera, 23 pessoas foram presas pelas forças de segurança ; 20 adultos e três menores de idade. O general Enrique Monras, chefe dos Carabineros (polícia) da zona oeste de Santiago do Chile, relatou que 12 locais foram depredados pelos manifestantes encapuzados ao longo do trajeto da marcha. ;Posteriormente, os confrontos se desenvolveram na frente e no interior do Cemitério Geral. Houve alguns incidentes ali, e as forças especiais entraram no local para acalmar a situação;, acrescentou Monras. Até o fechamento desta edição, o presidente chileno, Sebastián Piñera, não tinha comentado os incidentes.

Em 11 de setembro de 1973, um golpe militar articulado por oficiais rebeldes da Marinha e do Exército chileno, com apoio dos Estados Unidos, derrubou o presidente socialista Salvador Allende e colocou Pinochet no poder, dando início aos anos de chumbo no Chile.


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