postado em 11/09/2019 04:06
A explicação mais aceita para os efeitos do overtraining no corpo humano é que ele induz a liberação, na corrente sanguínea, de células de defesa pró-inflamatórias conhecidas como citocinas. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mostram, em artigo divulgado na revista Cytokine. que a queda na performance de atletas com a complicação se dá também em razão da influência de outros mecanismos.A equipe analisou as ações de citocinas pró-inflamatórias em ratos submetidos a treinamentos de corrida durante oito semanas. Uma das conclusões a que chegaram foi que cobaias com overtraining se mantiveram prejudicadas mesmo quando o nível dessas substâncias se normalizou no sangue.
Os roedores compuseram três grupos: corrida plana, com subida e com descida. As quatro primeiras semanas foram de adaptação. Na sétima semana, os roedores correram em uma esteira rolante com intensidade equivalente a 75% da capacidade máxima. O treino durava 75 minutos e era repetido uma vez ao dia, de segunda a sexta-feira. Na última semana, os animais correram duas vezes ao dia, com intervalo de quatro horas entre as sessões.
Nos três grupos de treinamento, houve aumento no nível de citocinas pró-inflamatórias. Depois de um repouso de duas semanas, o nível das citocinas pró-inflamatórias no soro sanguíneo e no tecido musculoesquelético retornou. ;No entanto, a performance dos animais na corrida permaneceu prejudicada, sugerindo haver outros mecanismos envolvidos nesse processo;, frisa Adelino Sanchez Ramos da Silva, em entrevista à Agência Fapesp ; a equipe contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O pesquisador conta que também foi constatado que o desequilíbrio entre as sessões de treinamento e a recuperação podem ocasionar perda de peso, redução da ingestão alimentar, aumento no acúmulo de gordura no fígado, além de indícios de hipertrofia patológica no coração.