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Aproveitando o frio noturno para gerar luz

Correio Braziliense
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postado em 16/09/2019 04:06
Os dispositivos que convertem a luz do Sol em energia elétrica, chamados células solares, são uma eficiente fonte de energia renovável durante o dia. Mas ainda não existem abordagens semelhantes para funcionar à noite. Pensando nisso, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em parceria com cientistas da Universidade de Stanford, desenvolveram um dispositivo termoelétrico que aproveita o frio noturno para gerar eletricidade. Detalhes da solução foram apresentados na revista Joule.

A tecnologia funciona aproveitando o resfriamento radiativo, em que superfícies perdem calor para a atmosfera como radiação térmica, perdendo um pouco de calor para o espaço e atingindo uma temperatura mais baixa que a do ar. Esse fenômeno explica, por exemplo, como o gelo se forma na grama durante as noites com temperatura acima de zero.

O dispositivo tem em sua composição elementos de baixo custo, como um disco de alumínio revestido de tinta, e foi testado em telhado na Universidade de Stanford. Ela foi colocada sobre uma mesa a um metro acima do nível do telhado. Lá, retirava calor do ar e o liberava para o céu noturno. Depois, quando conectado a um conversor de aumento de tensão e a um LED branco, alimentou a lâmpada passivamente.

Os pesquisadores continuaram medindo a produção de energia por mais seis horas e descobriram que o dispositivo gerou até 25 miliwatts de energia por metro quadrado. Até o momento, a quantidade de eletricidade gerada é relativamente pequena. Apesar disso, os criadores acreditam que o dispositivo pode se tornar 20 vezes mais poderoso quando a engenharia for aprimorada e se a solução for usada em locais de clima mais quente e seco.

;Acreditamos que isso forma a base de uma tecnologia complementar à solar. Embora a produção de energia sempre seja substancialmente menor, ela pode operar em horas em que as células solares não podem;, ressalta Aaswath Raman, principal autor do estudo e professor-assistente de ciência e engenharia de materiais da Universidade da Califórnia.

A equipe cogita o uso da aplicação em áreas diversas. ;Além da iluminação, acreditamos que essa poderia ser uma abordagem amplamente favorável à geração de energia adequada para locais remotos e em qualquer lugar onde a geração de energia durante a noite seja necessária;, diz Raman.

"Isso forma a base de uma tecnologia complementar à solar. Embora a produção de energia sempre seja substancialmente menor, ela pode operar em horas em que as células solares não podem;
Aaswath Raman, pesquisador da Universidade da Califórnia

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