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Armas usadas em ataque contra Arábia Saudita eram iranianas

O ataque, no último sábado (14/9), reduziu grandiosamente o abastecimento de petróleo mundial

Agência France-Presse
postado em 16/09/2019 16:14
Refinaria de Abqaiq, após ataques com drones no último sábado (14/9)As armas usadas no ataque à Arábia Saudita, que reduziu enormemente o abastecimento mundial de petróleo e despertou o temor de uma escalada militar entre Washington e Teerã, foram fabricadas no Irã - anunciou a coalizão dirigida por Riad no Iêmen, nesta segunda-feira (16/9).

"A investigação segue, e todas as indicações mostram que as armas usadas provêm do Irã", declarou à imprensa em Riad o porta-voz da coalizão, o coronel saudita Turki al-Maliki.

Ele acrescentou que se investiga a origem dos disparos, que atingiram, no sábado, as instalações petroleiras na Arábia Saudita. O país é o maior exportador mundial desta commodity é um peso pesado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O ataque fez a produção de petróleo da Arábia Saudita cair pela metade.

As autoridades do Kuwait também abriram uma investigação. Segundo versões locais, um drone teria invadido o espaço aéreo no sábado para sobrevoar o palácio do emir, mesmo dia do ataque à Arábia Saudita.

A ofensiva foi reivindicada pelos rebeldes huthis xiitas do Iêmen. À frente de uma coalizão militar, Riad intervém desde 2015 neste país em guerra. Ao lado do governo, tenta conter os rebeldes apoiados pelo Irã.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, considerou que não há provas de que este "ataque sem precedentes contra o abastecimento energético mundial" tenha origem no Iêmen. Washington acusa o Irã de estar por trás do episódio.

Teerã rebateu, julgando essas acusações "sem sentido" e "incompreensíveis", segundo o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Abas Musavi.


;;Braço longo;;

Segundo o coronel Al-Maliki, "os ataques não foram lançados do território iemenita, como reivindicaram os huthis". Ele classificou o grupo de "instrumento nas mãos dos Guardiães da Revolução e do regime terrorista iraniano".

Os rebeldes huthis insistem na autoria dos ataques e, hoje, chegaram a ameaçar lançar uma nova ofensiva contra alvos na Arábia Saudita.

"Temos o braço longo e ele pode alcançar qualquer lugar, a qualquer momento", advertiu o porta-voz militar do grupo, Yahiya Saree, dirigindo-se ao "regime saudita".

A infraestrutura energética saudita já foi atacada pelos huthis, sobretudo, em maio e em agosto.

Os ataques de sábado à usina de Abqaiq e ao campo de Khurais, no leste, são de outra escala, porém: reduziram a produção saudita pela metade, para 5,7 milhões barris por dia, cerca de 6% da oferta mundial.

Com isso, os preços do barril dispararam. Nas primeiras cotações desta segunda-feira de manhã, os preços subiam mais de 10%: o barril americano de WTI avançava 10,68%, a 60,71 dólares, e o barril de Brent do mar do Norte ganhava 11,77%, a 67,31 dólares.

Explosão de preços

Neste contexto, as autoridades sauditas estudam a possibilidade de adiar a entrada na Bolsa do gigante petroleiro Aramco, segundo fontes próximas ao caso.

"Estão tentando avaliar os danos. É uma possibilidade, mas ainda é muito cedo", disse uma destas fontes, pedindo para não ser identificada.

Nesta segunda, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que seu país não "precisa de petróleo, nem de gás do Oriente Médio", mas prometeu "ajudar" seus aliados.

"Somos um exportador de energia e, agora, o produtor de energia número um no mundo", tuitou.

O secretário americano da Energia, Rick Perry, tentou conter a explosão dos preços do cru, destacando a "quantidade substancial de petróleo disponível".

Perry disse ser "prematuro" falar da necessidade de se recorrer às reservas estratégicas dos Estados Unidos, enquanto ainda se avalia o dano à produção saudita.

Pressionado entre seus dois grandes sócios, Teerã e Washington, o Iraque insistiu, nesta segunda-feira, que seu território não foi usado como plataforma para atacar as instalações sauditas.

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