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Homens-bomba do Talibã matam 48

Correio Braziliense
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postado em 18/09/2019 04:15
Ferido recebe atendimento no Hospital Wazir Akbar Khan, em Cabul
Dois atentados suicidas deixaram pelo menos 48 mortos no Afeganistão, a 11 dias das eleições presidenciais. Um dos atentados ocorreu perto de um comício do presidente Ashraf Ghani, na província de Parwan (centro). ;Um homem-bomba sobre uma motocicleta se explodiu perto do primeiro posto de controle que dava acesso a um comício eleitoral em Charikar;, afirmou o porta-voz do Ministério do Interior afegão, Nasrat Rahimi. ;Morreram 26 pessoas e houve 42 feridos;, acrescentou. Fontes médicas informaram que mulheres e crianças estão entre as vítimas. De acordo com Wahida Shahkar, porta-voz do governo da província de Parwan, ;a explosão ocorreu quando Ghani estava se dirigindo aos partidários;. ;Eles está a salvo.; Nenhum membro da equipe presidencial sofreu ferimentos. Este foi o mais sangrento ataque desde o início da campanha eleitoral, no fim de julho, quando um atentado à sede de um partido ligado a Ghani deixou 20 mortos.

Outro ataque suicida foi registrado ontem, uma hora depois, no centro de Cabul, perto da Embaixada dos Estados Unidos. O local tinha sido alvo de outra explosão reivindicada pelos talibãs em 5 de setembro e que teve um balanço de 12 mortos. Em um comunicado divulgado ontem, o Ministério do Interior anunciou que ;22 pessoas, entre elas seis membros das forças de segurança, morreram, e outras 38 ficaram feridas neste atentado terrorista;.

Ao reivindicarem a autoria de ambos os atos, os talibãs lembraram que, no começo da campanha eleitoral, advertiram a população a não participar dos comícios. À época, disseram que fariam todo o possível para boicotar a disputa presidencial, na qual o presidente Ghani busca a reeleição. O pleito está previsto para 28 de setembro. ;Nós avisamos. Se agora estão sofrendo baixas, é sua responsabilidade;, afirmaram, por meio de um comunicado.

Os insurgentes não conferem qualquer legitimidade às autoridades afegãs de Cabul, com as quais sempre rejeitaram qualquer tipo de diálogo. Especialistas e observadores concordam em que existe um alto risco de que a violência aumente, devido à recente decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de cortar suas negociações com os talibãs para uma retirada progressiva de suas forças. Trump recuou no diálogo, depois que um soldado americano morreu em um atentado em 5 de setembro, em Cabul. O acordo negociado entre os talibãs e Washington previa o início da retirada das tropas americanas em troca de garantias antiterroristas, de uma ;redução da violência; e de negociações diretas de paz dos insurgentes com Cabul.

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