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Gantz quer ser primeiro-ministro em um governo de união em Israel

Mais cedo, o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu a formação de um governo de união, dois dias depois das eleições legislativas que terminaram empatadas

Agência France-Presse
postado em 19/09/2019 09:28

Benjamin Netanyahu e Benny Gantz de mãos dadasTel Aviv, Israel ; Benny Gantz, o grande rival de Benjamin Netanyahu nas eleições legislativas israelenses, afirmou, nesta quinta-feira (19/9), que deseja ser o primeiro-ministro de um futuro governo de unidade nacional destinado a tirar o país de um impasse político.

"Os israelenses querem um governo de unidade (...). Vou formar esse governo comigo à frente", disse o líder do partido "Azul-Branco" antes de uma reunião com executivos de sua formação. "Vamos ouvir todos, mas não aceitaremos que nos ditem as coisas", acrescentou ele.

"O partido Azul-Branco venceu e no momento em que estou conversando com vocês, temos 33 cadeiras, enquanto Netanyahu não conseguiu a maioria para formar uma coalizão como esperava", afirmou ainda o ex-chefe de gabinete do exército israelense.

Mais cedo, o atual primeiro-ministro de Israel pediu a Gantz a formação de um governo de união, dois dias depois das eleições legislativas que terminaram empatadas. "Durante a campanha defendi a formação de um governo de direita. Infelizmente, os resultados das eleições mostram que não será possível. Por este motivo, a única opção é formar um governo de união, tão amplo quanto possível", afirmou Netanyahu em um vídeo.

Os resultados provisórios das eleições mostram que o Likud, partido de Netanyahu, conquistou 32 cadeiras das 120 na Kneset, o Parlamento israelense. O partido de Gantz, Azul-Branco, conseguiu 33. Nenhuma das duas formações terá condições de reunir as 61 cadeiras necessárias para governar, mesmo com o apoio dos aliados.

"Benny, temos que colocar em prática um governo de união. O povo espera que assumamos nossas responsabilidades e cooperemos", completou Netanyahu, em uma mensagem que provocou surpresa no país. "Por isso que peço a você, Benny. Vamos nos reunir ainda hoje, a qualquer hora, impulsionar este processo que é urgente. Não temos o direito de caminhar para a terceira eleição. Sou contra. A agenda agora é um governo de união", insistiu.

As eleições de terça-feira foram convocadas porque depois das legislativas de abril Netanyahu não conseguiu formar uma coalizão para governar e o Parlamento foi dissolvido.

A mudança no discurso de Netanyahu é notável. Na quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou que o país tinha duas opções: um governo de direita comandado por ele ou um "governo perigoso que se apoie nos partidos árabes", um ataque indireto a Gantz, que se declarou disposto a negociar com as formações árabes, terceiro grupo mais votado, com a esperança de estabelecer uma coalizão.

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