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Eurocâmara propõe Marielle Franco para prêmio e critica governo Bolsonaro

Premiação foi criada em 1998 e reconhece os defensores dos direitos humanos e da liberdade de consciência

Agência France-Presse
postado em 19/09/2019 09:56

Arte de rua em muro em homenagem a Marielle FrancoEstrasburgo, França ; A vereadora assassinada Marielle Franco, o líder indígena Raoni e o opositor russo Alexei Navalny estão entre os candidatos ao prêmio Sakharov 2019 da Eurocâmara, anunciaram diversos grupos políticos. A Eurocâmara deve revelar, nesta quinta-feira (19/9), a lista de aspirantes ao prêmio, criado em 1998 em homenagem ao cientista soviético dissidente Andrei Sakharov e que reconhece os defensores dos direitos humanos e da liberdade de consciência.

Os nomes revelados pelas bancadas, na primeira edição do prêmio após as eleições para a Eurocâmara de maio que resultaram em um Parlamento mais fragmentado, concentram o foco no Brasil, assim como na China, Rússia e Quênia. O Partido Popular Europeu (PPE, direita) propôs o nome de Navalny, opositor ao presidente russo Vladimir Putin, um ano depois do prêmio ser concedido ao cineasta ucraniano Oleg Sentsov, libertado recentemente após cinco anos de prisão na Rússia.

Os social-democratas e a bancada de esquerda radical apresentaram as candidaturas de três ativistas do Brasil: o líder indígena Raoni, a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 2018 ao lado do motorista Anderson Gomes, e a ativista Claudelice Silva dos Santos. Para a esquerda radical, que confirmou à AFP a candidatura dos três ativistas, "Marielle Franco, Claudelice Silva dos Santos e o líder Raoni são símbolos de resistência contra as violações dos direitos humanos no Brasil".

"Desde que o novo regime assumiu o poder em janeiro, o governo de [Jair] Bolsonaro estabeleceu um clima de temor para vários defensores dos direitos humanos", afirmou em um comunicado a eurodeputada social-democrata Kati Piri. Marielle Franco também aparece na proposta de candidatura da bancada ecologista, ao lado do ex-deputado federal Jean Wyllys, que decidiu este ano deixar o Brasil e morar na Europa ante o número crescente de ameaças por sua luta pelos direitos LGTBI.

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