postado em 20/09/2019 04:14
Os líderes mundiais precisam acelerar urgentemente os esforços para evitar mudanças climáticas ;profundas, se não catastróficas;, alertou um grupo de cientistas em um artigo publicado na revista Science. De acordo com eles, agir para reduzir as alterações que levam ao aumento de temperatura sem precedentes custaria muito menos do que reparar os danos previstos para as próximas décadas, que afetarão infraestrutura e ecossistemas.O autor principal e diretor adjunto do Centro de Excelência para Estudos em Recifes de Coral do Conselho Australiano, Ove Hoegh-Guldberg, afirma que a comunidade científica subestimou a sensibilidade dos sistemas naturais e humanos às mudanças climáticas, e a velocidade com que elas estavam acontecendo. ;Também subestimamos a natureza sinérgica das ameaças climáticas ; com os resultados tendendo a ser piores que a soma das partes. Isso está trazendo impactos climáticos rápidos e abrangentes, com danos crescentes às pessoas, a seus meios de subsistência e ecossistemas. Cada risco pode ser pequeno, mas pequenas mudanças em vários riscos podem levar a grandes impactos;, explica.
O artigo atualiza um banco de dados de mudanças relacionadas ao clima e relata que haverá benefícios significativos em manter as temperaturas globais dentro de 1,5;C acima dos níveis pré-industriais. Segundo Hoegh-Guldberg, 2020 será um ano vital para a ação climática e para os países aproveitarem a oportunidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, de acordo com o Acordo de Paris de 2015.
;Os atuais compromissos são inadequados e podem levar muitos países ao caos, com uma vulnerabilidade particular dos povos pobres. Nosso artigo mostra que reforçar metas de redução é muito menos dispendioso do que sofrer os impactos de 2;C ou mais. Combater a mudança climática é uma tarefa difícil. No entanto, não há alternativa da perspectiva do bem-estar humano ; e há muito em jogo para não agir urgentemente sobre esse assunto;, conclui.