Passados seis dias do ataque a instalações petrolíferas sauditas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou ontem um novo pacote de sanções contra o sistema bancário iraniano, especificamente contra o Banco Central. As medidas foram decididas por conta do atentado. Trump responsabiliza Teerã, que nega envolvimento na ofensiva, reivindicada pelos rebeldes houthis do Iêmen, um grupo xiita que enfrenta Riad por sua participação em uma coalizão que apoia o governo iemenita na guerra civil. ;(São) as maiores sanções já impostas contra um país;, classificou o presidente norte-americano.
Por meio de um comunicado, o Departamento do Tesouro informou que o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) tomou medidas também contra o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Irã. ;O ataque descarado do Irã à Arábia Saudita é inaceitável;, afirmou o secretário do Tesouro, Steven T. Mnuchin. Segundo ele, essas sanções miram em mecanismos cruciais de financiamento da Força Qods, uma unidade dos Guardiões da Revolução encarregada das operações exteriores, o Hezbollah e outros grupos.
Em Teerã, Abdolnaser Hemmati, presidente do Banco Central iraniano, reagiu à atitude de Washington. ;As sanções do governo dos Estados Unidos mostram de novo sua nula capacidade de influência contra o Irã;, disse Hemmati, de acordo com a agência de notícias estatal Irna. O BC e outras instituições essenciais à economia do Irã já estavam sob sanções e o governador do órgão emissor também foi colocado na lista suja em maio de 2018.
Também ontem, a Arábia Saudita revelou os estragos no campo de petróleo de Khurais, atacado no sábado passado. Riad está determinada a restabelecer rapidamente sua produção, apesar do aumento da tensão na região. Localizadas no leste da Arábia Saudita, as instalações foram alvo de quatro ataques no sábado passado e ficaram em chamas por cinco horas, segundo a gigante petrolífera saudita Aramco. Abqaiq, 200 quilômetros ao nordeste de Khurais, abriga a maior usina de processamento de petróleo. No local, foram registrados 18 ataques, segundo os responsáveis pela Aramco. Lá, seis mil trabalhadores foram mobilizados na reparação dos danos.