postado em 24/09/2019 04:16
Na véspera da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), França, Alemanha e Reino Unido endossaram ontem a tese dos Estados Unidos e responsabilizaram o Irã pela ofensiva realizada no último dia 14 contra uma instalação petrolífera na Arábia Saudita. O presidente francês Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê britânico, Boris Johnson exigiram que Teerã evite qualquer nova provocação. ;Está claro para nós que o Irã é responsável por esse ataque. Não há outra explicação;, declararam, em um comunicado conjunto, ao fim de uma reunião tripartite, em Nova York.
Na nota, os três países ; que se mantêm no acordo internacional sobre a energia nuclear iraniana do qual Trump retirou os Estados Unidos em 2018 ; reforçaram que a solução para essa crise deve se dar pelas vias da diplomacia. ;Convocamos o Irã a se comprometer (...) com o diálogo e se abster de qualquer nova provocação e escalada;, assinalaram, acrescentando: ;Os ataques também ressaltam a necessidade de uma desescalada na região, de esforços diplomáticos concretos e de um compromisso de todas as partes;.
O endosso às conclusões de Washington se deu um dia depois de o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, alertar que a Casa Branca buscaria apoio internacional contra o Irã na ONU.
;Estou em Nova York, estarei na ONU a semana toda para falar sobre isso. Esperamos que as Nações Unidas adotem uma posição firme;, assinalou o secretário de Estado.
Horas antes da manifestação dos europeus, o porta-voz do governo do Irã, Ali Rabiei, anunciou a liberação do petroleiro sueco de bandeira britânica que estava retido desde julho pela República Islâmica no estreito de Ormuz. ;O processo legal terminou e as condições para liberar o petroleiro foram cumpridas. O petroleiro está livre para partir;, informou Rabiei.
A retenção do Stena Impero, em 19 de julho, aconteceu 15 dias depois de o petroleiro iraniano Grace 1 passar pela mesma situação em Gibraltar, interceptado pelas autoridades do Reino Unido. Gibraltar ordenou a detenção do navio por suspeita de que o petroleiro transportava combustível para a Síria, o que violaria as sanções europeias contra o país.