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Alerta em ambulatórios e emergências

postado em 25/09/2019 04:11
Boa parte dos pacientes tem saúde bucal precária: ainda mais vulneráveis
O risco de ocorrência de infecções recorrentes em hospitais está relacionado ao alto número de pessoas com doenças bucais no Brasil. É essa população que chega às emergências e aos postos de saúde para ser atendida, o que pode facilitar a disseminação de patógenos. ;A sepse pode ser provocada por indivíduos da comunidade que entram nos hospitais, geralmente em ambulatórios, e que não são diagnosticados a tempo. Temos dados que mostram que de 50% a 60% das infecções por sepse entram na instituição via unidades de emergência;, detalha Celi Novaes Vieira, cirurgiã-dentista e professora convidada da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo a especialista, isso ocorre muito porque a população chega ao hospital em uma situação de saúde bucal precária. ;O último levantamento do Ministério da Saúde sobre doença periodontal, feito em 2010, mostrou que 17% da população apresenta a doença periodontal. Então, a possibilidade de um indivíduo já chegar à unidade médica com uma enfermidade que aumenta as chances de uma infecção é muito grande;, explica. ;Por isso, o cuidado com a saúde bucal é mais que essencial.;

No DF
O Distrito Federal é uma das poucas unidades da Federação que têm dentistas dentro de unidades de terapia intensiva (UTIs). Uma lei distrital aprovada em 2016 exige a presença desse profissional. Antes mesmo da legislação, a medida era adotada em alguns hospitais, com resultados positivos, segundo Maurício Bartelle Basso, gerente da Odontologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

;A inserção da odontologia na UTI foi feita em 2011, inicialmente no Hospital Regional da Ceilândia, de forma esporádica. Em 2013, um cirurgião-dentista se tornou parte fixa do corpo de profissionais da terapia intensiva. Com isso, a equipe do hospital observou uma queda vertiginosa dos índices de pneumonia;, conta.

O médico frisa que, além do paciente, o sistema tem sido beneficiado, com, por exemplo, redução nos custos do atendimento especializado. ;Ao reduzir infecções, gastamos menos com o uso de antibióticos, que são prescritos para combatê-las;, explica. Para Maurício Basso, essas melhorias poderão ser ainda maiores caso o número de especialistas aumente. ;Nós temos 13 hospitais, e em todos há dentistas, mas buscamos ampliar as equipes, que são pequenas;, frisa. (VS)

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