postado em 26/09/2019 04:16
Recebido com protestos na reabertura do Parlamento, um dia depois de a Suprema Corte britânica determinar a retomada dos trabalhos, o primeiro-ministro Boris Johnson desafiou ontem a oposição a lançar uma moção de censura contra seu governo. ;Renuncie, renuncie!”, gritaram muitos deputados para Johnson. Diante das manifestações, o chefe de governo conservador os desafiou a expulsá-lo do poder. ;Será que eles terão coragem de agir ou se recusarão a assumir responsabilidades e não farão nada além de hesitar e adiar? Por que não teriam? Do que têm medo?;, indagou o premiê, interessado na antecipação de eleições legislativas, pois perdeu a maioria absoluta após a rebelião de 21 de seus deputados conservadores.
;Diz que quer eleições gerais, eu quero eleições gerais;, provocou o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn. ;É muito simples, se você quer as eleições consiga um adiamento (da data do Brexit);, acrescentou. Antes do recesso determinado por Johnson ; declarado ilegal pela Justiça britânica ;, o parlamento aprovou uma lei que obriga o primeiro-ministro a solicitar uma nova data para a ruptura se, após a cúpula europeia de 17 e 18 de outubro, não houver um novo pacto de separação. Ou caso seja dado sinal verde aos deputados para um Brexit sem acordo de consequências caóticas.
A última opção é muito improvável. A menos que as eleições sejam realizadas antes e Johnson, que segundo as pesquisas ganha popularidade entre os eleitores, obtenha uma clara maioria absoluta. Johnson afirma ter intensificado as negociações com a UE em busca de um acordo, mas os líderes europeus dizem que o Reino Unido não apresentou nenhuma proposta viável e se declaram pessimistas.
Apesar da nova legislação, Johnson declarou que não solicitará um terceiro adiamento e que, se não chegar a um consenso, vai retirar o país do bloco sem acordo, o que, segundo um relatório do governo, pode causar escassez de alimentos e remédios frescos e até distúrbios violentos.