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Líbano cancela Parada do Orgulho LGBT por ameaças e pressões religiosas

No Líbano a homossexualidade pode ser punida com até um ano de prisão de acordo com o Código Penal

Agência France-Presse
postado em 26/09/2019 09:29

A terceira edição da Parada do Orgulho LGBT no Líbano foi cancelada por pressão das autoridades religiosasA terceira edição da Parada do Orgulho LGBT no Líbano foi cancelada por pressão das autoridades religiosas, anunciaram os organizadores do evento, que relataram ameaças.

O Líbano, onde a homossexualidade pode ser punida com até um ano de prisão de acordo com o Código Penal, organizou a primeira Parada do Orgulho LGBT em 2017 de maneira discreta, com algumas conferências e debates, mas sem manifestações nas ruas. Em 2018, o evento foi suspenso.

"As instituições religiosas pediram o cancelamento de um concerto previsto para sábado, por considerar que era um ato de libertinagem e imoralidade", afirmaram os organizadores.

Segundo as mesmas fontes, os diretores da sala de espetáculos e os participantes do show "receberam ameaças anônimas".

"A cerimônia de inauguração da ;Beirut Pride 2019; fica suspensa até nova ordem", afirma um comunicado.

Na terça-feira, uma organização islamita alertou para as possíveis "reações" que seriam provocadas pelo concerto "contrário à moral".

O Líbano, onde convivem 18 comunidades religiosas cristãs e muçulmanas, é um dos países mais liberais do Oriente Médio e é considerado "tolerante" a respeito da homossexualidade em comparação a alguns de seus vizinhos. No entanto, as autoridades religiosas continuam a exercer uma influência muito forte na vida social e cultural.

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